domingo, junho 25, 2006
Antes uma salada de polvo!
Sei que não sou nenhum expert e ando longe de poder fazer uma crítica cinematográfica sustentada e arrasadora. Tenho como principal credencial o facto de "papar" filmes uns a seguir aos outros. Gabo-me de não ser esquisito. Tanto vejo filmes a preto-e-branco como não, na TV com 20 intervalos ou em DVD, no cinema com putos a comerem pipocas com a matraca encostada aos meus ouvidos ou em salas de conaisseurs (vai na volta escreve-se com dois "n", não me apetece confirmar), com écrans merdosos e mais pretensiosismo que qualidade de imagem. Não me corto nunca.
Hoje regressei às salas VIP das Amoreiras (haverá designação mais imbecil para salas de cinema na capital e arredoors?) para ver A Lula e a Baleia. O espaço é agradável, as cadeiras confortáveis e, às duas da tarde, a sessão está bem composta. Tal como no Modigliani para aí uns 10 espectadores, contando já comigo e com o amor da minha vida.
Os críticos encartados que botam faladura nos jornais até davam umas palmadinhas nas omoplatas deste filme. O Jeff Daniels é um baril, a Laura Linney uma excelente actriz e o trailler tinha-me parecido bem. Tudo somado ali estava mais uma óptima oportunidade de dar uma saltada ao cinema. Nas calmas.
O filme lá vai, ao sabor de uma brisa fresquinha que empurra o barquinho por sobre as ondas, deslizante, sem grandes balanços. É uma coisa assim, certinha, sem grandes contrastes logo sem grande emoção. Bem feito, cenas de tamanho certo e prontas-a-vestir, personagens lisinhas com um ou outro momento a deixar adivinhar mais espessura que aquela. Agrada pela singeleza, pela frescura narrativa mas acaba por deixar o espectador a coçar os tomates (caso os tenha ou possa fazê-lo) e, quando acaba, salva-se o Lou Reed. Sempre magnífico o motherfucker (leia-se "sacana" como nos filmes legendados em português de Portugal)!!!
No fim de contas, pés já fora da saleta, entre uma lula e uma baleia talvez não fosse pior uma saladinha de polvo. Com azeite lá da terra, se puder ser.
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