resulta de uma necessidade. A forma como se vem organizando o percurso profissional de milhares de professores configura situações desastrosas e injustas para muitos deles (de nós, professores). A progressão quase automática tanto do monga que se balda com frequência e destempero quanto do rato de biblioteca que, além de ser assíduo e pontual ainda tem o desplante de se interessar pela qualidade do seu trabalho, não pode continuar a vigorar. Se um professor não presta não presta mesmo. O corporativismo de que somos tão frequentemente acusados é um facto. Esta situação precisa de ser revista, sem dúvida, é necessário repensar os processos de avaliação de desempenho. De acordo.Assim à 1ª vista a proposta agora parida pelo Ministério da Educação tem alguns objectivos mal escondidos. Por um lado. em nome do rigor na avaliação, parece pretender-se restringir o acesso de professores aos escalões mais elevados da carreira. A preocupação não será a de melhorar a qualidade do ensino mas sim reduzir os gastos com o pessoal. Prova disto é a ideia peregrina de pôr encarregados de educação a contribuir para a avaliação do desempenho profissional dos professores. Se não fosse tão malévola não passaria de uma má ideia. Mas o populismo da proposta mostra bem as linhas com que se cose a ministra. Até acredito que, no processo de negociação que se vai seguir, deixe caír esta proposta imbecil. Mas o odioso da questão vai incidir nos professores que, perante a opinião pública, vai surgir como uma classe que não aceita ser avaliada, que apenas pretende boa-vida e pouco trabalho. A ministra é mesquinha. Se não é mesquinha, se age com boa vontade e intenções realmente puras, então que me desculpe. A imagem que exporta é, então, de alguém que anda à deriva e muito mal aconselhada.
Cuide-se, minha senhora, tenha lá cuidado com as companhias.




Há uma coisa que de vez em quando me vem fazer cócegas no cérebro. É a distinção entre Verdade e Realidade. Enquanto a questão foi como algo que dormia no meu regaço, sem que me apercebesse da sua existência, nada! Estava lá mas eu não sabia, logo, como diz o povo, "olhos que não vêem, coração que não sente" ( O povo diz isto, não diz? Pelo menos acho que dizem que diz!)













