Portugal é um país de mendigos. Os pobres mendigam nas ruas, os remediados mendigam pelos corredores do poder e os ricos mendigam ao grandes do capital, normalmente estrangeiros. Ninguém está satisfeito com aquilo que tem. Uns com mais razão outros com menos, anda tudo a reclamar da sorte e a dizer mal de um Deus que parece ter esquecido todos os sacrifícios feitos em Seu nome por gerações sucessivas de portugueses. Nem com a queima de judeus lá fomos, nem o ouro do Brasil nos bastou. Toda a riqueza que entrou, saiu a toque de caixa pelo outro buraco, no fundo da caixa.
Parece que nunca fomos capazes de perceber como devíamos investir a riqueza que nos ia chegando à praia. Tratando sempre de a estoirar logo ali em nome do prazer, de Deus e do momento. Uns cromos!
Assim começou a célebre "crise" de que tanto se fala. É difícil situá-la no tempo. Parece existir desde sempre, embora continuemos a ouvir falar dela como se houvesse algo antes e alguém acredite que possa haver algo depois. A "crise" instalou-se e deprime os portugueses. Como não sabemos bem quando nasceu o bicho estamos deprimidos desde sempre, a cantar fado e a empolgar-nos com o mal dos outros já que o nosso bem parece ser coisa impossível de alcançar.
Dançamos sempre o mesmo passo de dança, sem tirarmos as patas do mesmo sítio, a rodopiar no vazio do destino que, acreditamos fatalmente, já está há muito traçado nos livros arrumados nas estantes do Paraíso. E que destino é esse?
O destino dos portugueses é a mendicância, a depedência da caridade alheia, a pobreza eterna. Quanto mais não seja a pobreza de espírito.
Iupiiii, assim não temos de trabalhar! Do mal o menos.
1 comentário:
Penso eu que, o mal dos Portugueses é achar que não há vida para além da vida. Instituiram o ..." isto não está nada bem .."...e repetem-no centenas de vezes, como se sentissem medo de o esquecer. Parece um enorme bando de indecisos, a quem lhes foi dada determinada tarefa,todos olham uns para os outros, á espera de quem começa. Não entendo. A "sua " força de trabalho é reconhecida além fronteiras, com todo o mérito, trabalham que se desunham , obtendo nas calmas, elevados graus de produtividade. Aqui neste raio de quadrado á beira mar plantado, deixam apodrecer as raízes, com o sal que vem do mar e amolecem com as tristezas e o arrastar sumido do sentimento em busca sabe-se lá de quê.
E assim se vive em Português.
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