domingo, maio 14, 2006

Uma visão mística


O Dinheiro é o nosso Deus e a Economia a religião que dá consistência à doutrina e sustenta o Templo.
Os grandes sacerdotes vivem na sombra de inimagináveis palácios. Nós, os simples, podemos apenas ver a carne (o osso está escondido bem fundo em camadas sucessivas das mais variadas gorduras) de pequenos fantoches que dão a face e escondem os mestres. Economistas de trazer por casa, banqueiros de opereta e demais personagens, enforcados em gravatas de sêda, não passam de esbirros e serviçais que engordam em banquetes de migalhas que os verdadeiros (grandes) sacerdotes sacodem da altura das suas mesas, quando são atacados de flatulência e fastio. Estes pequenotes mal conhecem a superfície dos Mistérios da Economia Real.

Nós, os basbaques que com suor e trabalho, contribuimos para o sustento do Templo, somos forçados a acreditar na bondade das intenções dos que ditam o futuro e nos aterrorizam com o apocalipse do Défice e da bancarrota. Os Grandes Sacerdotes profetizam, baseando as suas visões em gráficos complexos e orçamentos equilibrados na leitura de números implacáveis.

Somos levados a crer que vivemos no melhor dos mundos possíveis, tal como Cândido cada um de nós tem o seu Pangloss e não consegue vislumbrar outro modo de existir que não seja aquele que nos é imposto. Afinal de contas não somos capazes de mudar o Mundo! Ou somos?

2 comentários:

fada*do*lar disse...

Caro amigo, cada vez admiro mais a tua forma "brejeira" e acutilante de, em 3 palavras, retratares as mais cruas e duras verdades.

Anónimo disse...

Bom trabalho
www.revolucaodementalidadesja.blogspot.com