Obama é um fenómeno de popularidade na Velha Europa. A mesma Europa que Bush tanto desprezava e que por ela foi hostilizado como inimigo figadal.
Haverá uma distância assim tão grande entre o anterior presidente norte-americano e o actual? Pessoalmente creio que sim, que existe uma enorme diferença entre eles, mas há um "pequeno" pormenor que os aproxima, um "pormenor" chamado Estados Unidos da América. Eles são diferentes mas o país por eles representado continua o mesmo.
Obama está em estado de graça. Nem a crise mundial retira brilho à sua presença magnética. O à-vontade com que se move, o aspecto descontraído da sua figura jovem e bem parecida encaixa na perfeição na imagem de Santo Redentor que os europeus desejam mas não encontram entre os seus líderes.
Barack "Hope" Obama, o enviado dos céus, está aí. Passeia o seu esplendor pelo Velho Continente. A sensação de que poderemos encontrar maneira de estreitar laços de cooperação e reencontrar caminhos que nos aproximem dos EUA, revitalizando o mítico Império Ocidental, fazem-nos esquecer que foi esse mesmo Império o causador do abismo actual, a tal Crise assustadora que resultou do primado da Economia sobre a Política.
Não haverá Obama que nos valha se não formos capazes de substituir o paradigma civilizacional que nos condiziu à beira do precipício onde actualmente vacilamos. Ou somos capazes de subjugar o sistema económico à vontade e às necessidades de um sistema polício e social de rosto humano ou então estaremos apenas a dar mais uns passos em direcção ao vazio que nos aguarda de boca imensa e aberta.
Para já, Obama é o campeão da aparência. Aguardemos para verificar se será, também, campeão da substância.
Oxalá seja. Tenhamos "hope"!
4 comentários:
"Quanto é melhor, quando há bruma,
esperar por dom Sebastião,
quer venha ou não!"
O sebastianismo alastra a toda a Europa?
E foi essa bruma que saiu do G20. Em 2011 se verá!
Vai andar tudo perdido no nevoeiro!
:-)
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