terça-feira, fevereiro 17, 2009

O Tempo (perseguição sem fuga)

Na praia, Édouard Manet


«O tempo que, tal com a sociedade, se julgava ser imutável, parece acelerar com a Revolução Industrial e as transformações e progressos que ela propicia. O presente, até então sob o peso de todo o passado, vira-se para o futuro. (...) O tempo da modernidade é o presente, distinto do passado e do futuro e simultaneamente portador dos dois. Esta nova concepção do tempo leva o homem a atribuir um valor específico à época em que vive.
Para o artista trata-se de produzir obras que correspondam à sua época e, jamais, à arte de épocas anteriores, tal como era ensinada na Escola de Belas-Artes, base do academismo.»

in 1848-1905, A Arte no Século XIX de Nicole Tuffelli, Edições 70, páginas 8-9


Nem de propósito! Ao preparar uma aula sobre o Impressionismo deparei com este texto. Se o tivesse encontrado antes do dia 15 certamente o teria postado na Tertúlia Virtual. Como só hoje o tratei, só agora aqui chega. Muito a tempo, convenhamos, mostrando que o tempo não é bem aquilo que pensamos.

O tempo artístico, então, é uma tremenda baralhação. As obras de arte ultrapassam-no com maior ou menor facilidade, confundem-no, brincam com ele tanto quanto o respeitam rigorosamente.

Mas não é disso que estou a falar. Na verdade não estou a escrever sobre nada. Estou apenas a dar notícia de um momento... fora do tempo.

:-)

7 comentários:

Beto Canales disse...

Eu estou como na excepcional obra de Manet: na praia.

Excelente.

Anónimo disse...

Perfeitamente em TEMPO.

Adoraria ouvir suas aulas!

Anónimo disse...

O meu filho compõe de vez em quando umas canções, numa delas tem uma frase, que, entre outras fixei, porque a achei curiosa, principalmente pela relação com o tempo que eu tinha quando da idade dele e a que relação que ele tem com esse mesmo tempo, hoje, diz a frase "... e quando dás por ti o presente já é o antigamente"

roserouge disse...

Vais sempre a Tempo!

Silvares disse...

Beto, espero que estejas a ter aquelas férias que estavas à espera.
:-)

Eduardo, havia de ser interessante, de facto.

Josefina, olá! Será que ele quer dizer que o "presente" repete o "antigamente"? Parece-me que não, mas...

Rose, desd que não me atrase!
:-)

roserouge disse...

Deixei-te um desafio lá no meu canto, vai ver! Bj.

Anónimo disse...

Essa do tempo está a tornar-se mania. Ao menos podias ser mais claro e enfocar mesmo a questão fundamental que te enegrece a alma. Aliás, o tempo anda cinzento e estou em crer que é culpa tua. Parece que andas à pesca duma resposta adiantada por alguém, sem que se saiba qual o teu conflito com o tempo, mas qual tempo?

Sem adiantar nada, mas podes sempre comprar um relógio (com ponteiros grandes) e colocá-lo junto do espelho. Depois diz que é fora do tempo...

A ver se amanhã não chove...