domingo, janeiro 25, 2009

Sessão Dupla (parte 2) e uma crítica de merda



Hoje fiz nova sessão dupla com a família num centro comercial com 15 ou 16 salas de cinema, nem sei quantas tem. A boa experiência da semana passada fez com que não houvesse hesitações. As hesitações surgiram na hora de escolher os filmes.

Yes Man (Sim!) apareceu com algumas reticências mas ficou. Depois, ponderando horários e sequências várias, hesitámos perante Austrália, inclinámo-nos para Vicky Cristina Barcelona mas a sequência, por qualquer razão, não parecia correcta e não satisfazia realmente nenhum de nós. Um pouco "a medo" propus A Onda. Aceite a proposta avançámos corajosamente para o filme de Jim Carrey.

Sim! é uma "daquelas" comédias em que Carrey se sente melhor que peixe na água. Além do pormenor de que, na sala, estávamos apenas eu e as minhas acompanhantes. Parecia homecinema! O filme tem algumas cenas cómicas de antologia. O resgate do suicida ou o combate nas traseiras do bar fizeram-me rir. Sim, rir, verdadeiramente. No fim todos demos o tempo por bem empregue, seja lá isso o que for. A seguir, meia hora mais tarde, viria A Onda. E com ela um banho de surpresas.

A propósito deste filme, procurei as críticas dos críticos do Público que estão aqui. É um exercício interessante lê-las e tentar perceber como o mesmo objecto pode ter interpretações tão díspares. Pessoalmente inclino-me a concordar com Jorge Mourinha e, mais uma vez, a crítica de Luís Miguel Oliveira quase me dá vontade de cuspir para o lado. Enfim.

A Onda é um filme bem lançado, com uma montagem convincente aliada a uma banda sonora adequada. A mensagem central é clara e passa com total eficácia para o espectador. A minha filha, que é uma adolescente de 15 anos, ficou impressionada com o que viu. Isso, para mim, é a prova mais completa da qualidade do filme. Bem pode Luís Miguel Oliveira ir pregar para o deserto. Cá em casa, por exemplo, ninguém lhe liga. A verdade é que eu sou o único com paciência para ler a porcaria que ele escreve e, confesso, leio-o apenas porque não gosto. Não o conheço e, se o vir, nem sei quem ele é. Mas tenho um prazer mórbido em ler as críticas dele. Não é masoquismo. Não. É exactamente o contrário.

9 comentários:

Anónimo disse...

Silvares,

não é absolutamente as suas críticas ou resenhas cinematográficas a que me refiro, muito pelo contrário, mas as que leio aqui no Brasil me fazem deixar de ir aos cinemas! Vou só quando as suas me convencem. E a maioria delas me deixa com vontade de ver. Acontece que nem sempre o que esta em cartaz aí, esta passando aqui. ( Me refiro à São Paulo, pois Imbituba nem cinema tem!)

Alice Salles disse...

Yes man eu não vejo por um bilhão (bom, talvez dois...) mas esse A Onda me parece interessante! Tem alguns filmes que ainda quero assistir como o The Reader e The Wrestler...

Unknown disse...

O Luís Miguel Oliveira até escreve umas coisas jeitosas e com acerto. De vez em quando.

Beto Canales disse...

Jim Carrey... Não tenho muita paciência com suas caretas...

Ví Leardi disse...

Ai... Jim Carrey mais do que dois minutos não dá! A Onda me parece interessante mas não está ainda por aqui....Doubt..com a fantástica Merryl Streep é meu próximo anseio...
Aqui em casa também adoramos as seções duplas e depois os comentários e impressões rolam até tarde..Delícia!

Anónimo disse...

Jim Carrey ... humm ... existiria o circo se não existissem os palhaços ?
Ontem à noite na TV, revi a parte final de o " Show de Truman ". Um filme muito interessante e que funciona exatamente porque é ele no papel principal.
Quase todos os seus filmes tem cenas antológicas, difícil é conseguir 2 horas de filme cômico só com cenas antológicas.

Jorge Pinheiro disse...

Austrália: deslusão. Comprido e chato.
Aquele com o Pitt que anda para trás: não tem pés nem cabeça. Já não sabem o que hão-de inventar.
Vou tentar o Vicky não sei quê...

Silvares disse...

Eduardo, a sua casa fica no Paraíso... quase, porque o Paraíso tem, decerto, mais de 1000 salas de cinema com sessões contínuas. Só pode!
:-)

Alice, compreendo o que diz, no entanto há dias em que podemos permitir a nós próprios olhar para lá da parede da galeria de arte e olhar a porcaria nas ruas. Quem sabe o que de lá vem?

Victor, quando leres alguma avisa que é para eu tentar perceber se tenho andado distraído.
:-)

Beto, de vez em quando o bom do Jim não faz caretas. Olha o "Homem na Lua", por exemplo... quero dizer, faz caretas mas são de outra natureza...

Ví, também houve alguma agitação familiar quando vimos o "trailer" de "Doubt". deverto não vamos perder. Compreendo que Jim Carrey provoque enormes reticências. Mas já provou que merece a oportunidade de um olhar diferente por um ou outro trabalho que fez.

Peri, o seu comentário é bem oportuno. Esse "Vida de Truman" é excelente e não dá para imaginar outro actor no protagonista. O filme é a cara de Carrey. Ele também me cansa.

Jorge, esse Austrália... tenho andado a inventar desculpas para ir ver outros filmes mas não sei se vou conseguir escapar-lhe eternamente. "A Vida de Benjamin Button" agradou-me bastante. Já o Vicky Cristina me faz patinar ao contrário. Tenho algum receio depois dos últimos filmes do velho Allen. "O Sonho de Cassandra" foi uma desilusão absoluta.

Jorge Pinheiro disse...

Pois, tb. ando um pouco farto (será hartismo?) do Woody!