domingo, janeiro 04, 2009

Eles estão entre nós


Já não bastava terem os portugueses oferecido ao mundo os mulatos, ainda tinha de ser descoberto em território nacional este esqueleto de menino que tanta tinta fez correr. O designado "Menino do Lapedo", cujos restos mortais foram desenterrados perto de Leiria, sugere a possibilidade de estarmos perante mais um caso de mestiçagem protagonizado pelos nossos antepassados. São dois eminentes estudiosos destas coisas, João Zilhão e Erik Trinkaus, que colocam a possibilidade do "Menino do Lapedo" «como o resultado de um possível processo de mestiçagem entre Sapiens e Neanderthalensis:
"Com efeito, alguns aspectos como a dentição, a robustez dos ossos dos membros ou as proporções relativas da tíbia e do fémur mostram características próprias dos neandertalenses. Pelo contrário, outros como a dentição, o queixo ou as proporções e morfologia da bacia, são claramente próprios dos homens de tipo anatomicamente moderno."
».

Aqui há uns anos tive a possibilidade de convidar a arqueóloga Cidália Duarte para promover na minha escola um colóquio sobre este tema. A descoberta do esqueleto ainda estava "quentinha" e a exposição que Cidália fez sobre tão interessante hipótese foi excelente. A conclusão, se bem me recordo, seria que o Homem de Neanderthal não terá sido extinto, como se pensava. Na verdade, caso a hipótese de mestiçagem fosse verdadeira, esse robusto homem pré-histórico teria subsistido em gerações e gerações de habitantes da Península Ibérica, até aos nossos dias. O Homem de Neanderthal estaria entre nós. Quer dizer, haveria fortes probabilidades de, dentro da sala onde decorria o colóquio, algumas pessoas possuirem traços genéticos destes seres de outra era.

A hipótese tem gerado imensa controvérsia e está longe de constituir doutrina aceite nos meios científicos mas, temos de concordar, que se trata de uma ideia elegante e, por assim dizer, politicamente correcta.

Aceitando esta história como boa e verdadeira, muita coisa se explicaria sobre o comportamento troglodita tão comum entre nós, portugueses, pequenotes homens do sul.

Ahahahah, esta é forte!

8 comentários:

Anónimo disse...

"..... explicaria sobre o comportamento troglodita tão comum entre nós...."

Antológica essa sua definição!

E cá para Ibiraquera, vieram muitos desses colonizadores Portugueses!rsrsrs

Jorge Pinheiro disse...

Mas porque carga de água haviam de ser trogloditas os Neerdentais?

Alice Salles disse...

Ahhh
Eu estou ao seu lado! E isso explicaria os troglodiatas redondos aqui da terra onde EU vivo!

Ogre disse...

Dás a notícia e dás cabo dos comentários com o teu... Pois. De Neanderthal e de louco, todos temos um pouco.

Rini Luyks disse...

Cá para mim, metem-me mais medo os requintes de malvadez do "Homo alegadamente Sapiens" do que o "busca-busca, mata-mata" sem rodeios do Homo Neanderthal.

roserouge disse...

Uma vez, há alguns anos atrás li uma entrevista (acho que na revista do expresso, ou coisa assim) do Santini, aquele senhor italiano que abriu uma casa de gelados em Cascais, os famosos Santini. Ele era um refugiado de guerra (2ª G.G.) e entrou em Portugal por uma fronteira qualquer ali prós lados da Beira Alta. Contava ele então que, uma das coisas que reparou nas primeiras pessoas que viu, foi que era um povo "feio, pequenino e com um ar muito desconfiado". Ainda estaremos assim, 60 anos depois?

peri s.c. disse...

Os tristataranetos Neanderthalensis estão evidentemente presentes não só em Portugal mas em todos os países, concentrando-se preferencialmente na política ou na presidência das maioresmédias e menores empresas. Obviamente para seus assessores diretos , escolhem outros representantes da mesma genètica.

Silvares disse...

Eduardo, esses descendentes migraram em todas as direcções. Este mundo tem mais herança portuguesa do que imagina mesmo que, em alguns locais, seja uma herança bem escondida.
:-)

Jorge, realmente a designação não é totalmente adequada uma vez que se pensa que saíram das grutas e construíram abrigos "complexos" mas, se não estou em erro, viveram principalmente em grutas, daí o trogloditismo.

Alice, eles estão em todo o lado...
:-)

Ogre, é serviço completo. Coisas de troglodita!

Rini, os requintes de malvadez metem medo, mas a brutalidade pura e dura também não é lá muito fascinante...

Rose, agora somos mais do tipo "altos e loiros". :-) Esse gajo Santini não é da família daqueles que fazem gelados de sardinha no Algarve. Ou é?

Peri, esta teoria explica muita coisa mas esses aí que você refere são mais do género Sapiens Muito Sapiens Sapiens, com os tais requintes de que fala o Rini.