O meu post anterior tem uma introdução violenta. Disparo em todos os sentidos e um tanto às cegas. Estava (e ainda estou) aborrecido com a forma como o processo de organização da exposição "Seis Cadeiras e Uma Mesa" decorreu. Reconheço que tenho mau génio perante certas situações e nesta ele veio à tona com um colorido berrante.
Acabei de montar o meu painel de desenhos. A exposição está pronta. Estou com uma dor nas costas que me recorda a necessidade de fazer mais exercício físico. Fez-se tudo num dia apenas. Mas está feito.
O dito post originou uma reacção indignada de uma pessoa que tenho em muito boa conta (ler aqui) e que fez um comentário igualmente aguerrido em defesa da sua perspectiva dos acontecimentos. Se eu tivesse pensado que estava a atingir essa pessoa talvez tivesse sido menos agressivo. Mas não pensei. E ela reagiu. Está no seu pleno direito.
Seja como for mantenho a impressão geral daquilo que afirmei. Houve falta de capacidade de resolução de problemas básicos. Isso é um facto. Se as pessoas implicadas se esforçaram por resolver esses problemas a verdade é que não foram capazes de o fazer com eficácia. E, na minha perspectiva dos acontecimentos, foi uma autêntica desgraça.
Se com esta perspectiva estou a indignar alguém que tem consciência de ter feito tudo o que estava ao seu alcance e nada resultou, lamento. Mas a verdade é que, visto deste lado, não se nota todo esse trabalho. Fui injusto? Parece que sim. Mas agora pouco posso fazer. O que escrevi está escrito e não vou apagar uma linha porque essa é a minha visão dos acontecimentos. Distorcida? Possivelmente (se a Emília diz que sim acredito que haja exagero da minha parte, mas é a minha visão).
Talvez tudo isto se fique a dever a um espírito algo Romântico que trago normalmente comigo, só para não andar sozinho. Talvez as palavras saltem de dentro de mim com demasiada facilidade quando se trata de atirar farpas pelos ares. Talvez eu estivesse a armar em vítima. Talvez tanta coisa.
No entanto uma certeza: houve demasiados acidentes em todo o processo que originou esta conversa, a organização da exposição. E tanto acidente também chateia. Há quem diga que a verdade é só uma e há também quem sustente que o mesmo facto pode ser observado de diferentes pontos de vista, permitindo diferentes versões igualmente válidas. Não sei bem o que pensar, portanto só me resta uma hipótese: pensar sobre o assunto.
6 comentários:
É assim mesmo, dá-lhes com força!!!
--- falta de profissionalismo, é o que faz mais falta neste país.
---e claro, tb tens que fazer mais "ginástica".
:-))
Bleh! Eu entendo quem participou e achou que foi tudo uma beleza (olha, eu nem estava la pra saber) e reclamou do seu texto, mas eu nao tenho absolutamente nada contra qualquer um expor sua verdadeira ideia a respeito do que vive, e nao tem que sofrer demais com isso, porque afinal, opinioes constroem SIM e dao base para que quem errou ou fez malfeito faca melhor da proxima vez. Nao se preocupe, mesmo reclamando voce esta fazendo sua parte e todos achamos isso otimo!
Caro Silvares,
Muitas as situações semelhantes,guardadas as devidas proporções,pelas quais já passei em momentos de exposição de minhas jóias e ou abertura de alguns dos nossos restaurantes ...trabalhos onde tantos estão envolvidos são sempre passíveis de tantas "encrencas"...
as responsabilidades se entrelaçam e quem é responsável por o que vira um grande novelo..."quem nasceu antes o ovo ou a galinha?"
Quanto a quem tem razão no final...difícil pois cada um tem sua visão,não é mesmo? Agora é de matar a incompetência de alguns ...
O direito de defesa...essêncial,e o de queixa idem...Aqui a meu ver vcs dois se queixam e se defendem ao mesmo tempo ...portanto.Mas como dizem os grandes compositores deste país "Quem não chora não mama... " Fizestes bem...e quem te conhece já deve saber que não tens papas na língua...Que o saldo da exposição tenha sido positivo e que tudo isto venha para o melhor.
Acabei por não conseguir ir à abertura. Quero ver se vou lá depois... polémicas à parte.
Mumia, estou um pouco cansado de pregar no deserto. Pelos vistos ninguém tem culpa quando as coisas correm mal. O problema deve ser meu que não sou capaz de reconhecer a bondade e o empenho quando estão mesmo à frente do meu nariz.
Alice, reclamei, está reclamado. Também me parece que, se ficarmos calados, da próxima vez só poderá haver maiores possibilidades de correr ainda "menos bem".
Ví, é isso mesmo. Na verdade e no final das contas, tudo isto provoca apenas um imenso cansaço. Nada melhor que começar a pensar no futuro e olhar para aquela tela que está ali atrás, no meu cavalete.
Jorge, está aberto até 13 Dezembro (segundo o catálogo). Aparece por lá, acho que a exposição é bastante digna. Com um pouco de esforço até podes imaginar que foi feita por artistas a sério (não consigo evitar o sarcasmo, deve ser doença...)
+++o país tem défice de profissionalismo.
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