Banksy ataca de novo! Desta vez em Nova Iorque, o mais notório artista de rua inglês, promove uma exposição (ver aqui, é um espectáculo!!!) no mínimo surpreendente. Banksy pretende parodiar as relações que os seres humanos estabelecem com os seus animais de estimação num contexto urbano e dá largas à imaginação. A notícia corre mundo e, como sempre, o resultado do trabalho de Banksy, "até há pouco tempo tão famoso quanto desconhecido" numa excelente frase de Ana Brasil no Público de ontem, deixa-nos entre o espanto e o desconcerto.
O macaco que vê televisão com auscultadores nos ouvidos é tão humano que mete medo. Os "nuggets" no galinheiro, as salsichas rastejantes, ou os douradinhos nadando no aquário questionam-nos sobre algumas opções alimentares. A coelhinha que se mira ao espelho com sombra azul nos olhos e um batôn nas patinhas é uma imagem da vaidade que transportamos para os nossos animais de estimação, como se a sua beleza potencial, fosse um reflexo de nós próprios, da nossa própria beleza.
É uma exposição de animatronics (ver o vídeo que está aqui), seres artificiais com movimentos obtidos através do recurso a peças mecânicas motorizadas, que viaja entre a arte conceptual, a instalação e o universo do cartoon e dos desenhos animados.
Banksy continua a quebrar barreiras e a mostrar trabalhos absolutamente originais. Damien Hirst é considerado o artista contemporâneo mais influente no mundo actual. Esse rótulo foi-lhe colado muito por causa do mega-leilão onde realizou 140 milhões de euros, produto da venda de um número considerável das suas obras.
Aquilo em que eu acredito, mas não posso provar, é que Banksy, apesar de não ganhar fortunas com a sua arte, é um artista bem mais influente que Hirst em termos da construção de um discurso sobre o imaginário da sociedade de consumo contemporânea. Acredito que a simplicidade desarmante dos seus trabalhos tem muito mais valor que a afectação algo exibicionista dos complexos trabalhos de Hirst. Acredito que o discurso artístico de Banksy é melhor compreendido e mais eficaz que o de Hirst. Acredito nisto embora não o possa provar, até porque, numa sociedade onde a economia e a finança continuam a ser as principais preocupações das elites, a tendência é considerar mais valioso o trabalho de Hirst, o milionário bem sucedido.
6 comentários:
Mil vezes Bansky....
SENSACIONAL...Meu Deus as Salsichas..Ai! e o macaco "and his porn show"...Impagável.
Cabeça genial,ou seriam...
100 Cabeças...? Bravo.
Banksy the Great
(um discurso provocatório, nada hermético...)
[ainda há dias estive no site a ver trabalhos novos...]
Concordo, e acredito que o TEMPO provará o que diz! É muito fácil o trabalho do HIRST ao logo do tempo perder "valor", e o do Bansky se eternizar como ícone da ARTE de nossa época.
Gostei e vou levar para as DUAS PALAVRAS NO VARAL.
PS- Uma pena não poder ir para o BLOG VICIADO, pois a regra lá é só uma postagem por blog! Mas esta é seguramente a MELHOR da SEMANA, mais uma vez!
( Vamos ter que repensar ESSAS MALDITAS REGRAS!!!)
Sabe que são cenas chocantes? E remete diretamente a alimentação. O que fazer? Não comer nada que se mexa e ter uma carga moral-emocinal positiva? E uma puta crise proteica? Na verdade o trabalho dele abre várias linhas de interpretação e discussões. O que é induscutível mesmo é a genealidade de Banksy
Estou com voce. Acredito que Banksy e muito mais influente justamente por nao ser um milionario metido a artiste como o Hirst o e. Ele, Banksy, e um individuo com ideias, e que vao longe. Otimo post.
Ví, este artista não pára!
Intruso, uma inspiração.
Eduardo, no futuro Banksy terá um lugarzinho ao sol. Hirst também, decerto, mas tenho preferência nítida....
Beto, quanto à genialidade de Banksy não restarão grandes dúvidas.
Alice, Hirst tem o valor que tem mas Banksy ganha aos pontos um lugar no coração do nosso mundo. Hirst tem um lugar garantido no cofre forte.
:-)
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