domingo, setembro 23, 2007
Uma coisa extraordinariamente bela
"Dead Man" é um dos mais belos filmes que vi em toda a minha vida (e, amigo leitor, podes crer que já vi mais que muitos!) Talvez o filme me tenha vindo dançar uns passinhos na memória por ocasião do suicídio do Pedro Alpiarça. Em ocasiões assim um gajo recorda os amigos que já lá vão. E quando alguns dos mais queridos se lembraram de corrigir os destinos da Mãe Natureza encurtando as suas narrativas particulares bruscamente, com um ponto final pouco óbvio de tão negro e perfeitamente estúpido, as memórias dançam, mas dançam com sapatos de salto alto a espetarem-se-me no cérebro.
Esta noite está mais mórbida que uma gravura do Mestre Goya. Rai's partam a puta da Ceifeira que nos rouba tanto riso por troca com o incerto pavor da sua inevitável visita.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
A impacto da morte é forte. Nada abala tanto a vida, como a falta dela!
Está dito, Eduardo.
Silvares,
POucas vezes vi falarem da morte com tanta força.
Grande abraço
Brilhante como sempre, o Dead Man é realmente um filme não de culto, mas de cultíssimo. Como diz o Blake, no filme através do Nobody, "Some are born to Sweet Delight, Some are born to endless night..." Parece que não podia estar mais certo. Abraço
Não vi o filme mas vou ver a correr.
Sei que é do Jim Jarmusch com o Johnny Depp e musica de Neil Young e pouco mais.
As tuas palavras deram-me muita vontade de ver o filme.
Conheço bem essa coisa de encurtar as narrativas particulares, mas por vezes a natureza e teimosa e insiste em que não se tinha enganado... ela insistiu, eu acabei por aceitar e hoje acho que ela tinha razão: ainda bem que ela me trocou as vontades de mudar de mundo.
Da lembrança não me livro, mas essa é das lembranças que dançam no meu cérebro descalças. Outras de salto alto como as que falas. Salto agulha. Malditas sejam.
Resta o verde que descobri.
Verdes caminhos.
Gostei do que senti por aqui.
Lord, espero ter força no dia em que tiver de privar com ela.
Célia, a citação que fazes do Nobody (aquele que falta alto sem dizer nada) é muitíssimo a propósito. O argumento do filme é genial!
Isabel, agradado com a visita limito-me a aconselhar-te a não perderes o objectivo de ver Dead Man. É de facto um filme inesquecível e emocionante.
Enviar um comentário