segunda-feira, setembro 03, 2007

Museu Berardo


Finalmente lá me dignei encontrar uma razão plausível para visitar pela 1ª vez a célebre colecção Berardo exposta no agora designado Museu Berardo (http://www.berardocollection.com/?TopLevelID=1&lang=pt). A razão plausível teve a ver com uma tarde passada em família sem nada de muito importante para fazer no horizonte e, pronto, então vamos lá ver aquilo!

A curiosidade não se prenderia tanto com as obras expostas. A maioria (ou pelo menos uma parte significativa) transitou do Museu de Sintra onde anteriormente se amontoavam com nítida falta de espaço apesar da boa vontade. Tinha mais interesse em ver como resultaria a ideia de fazer um Museu com o nome do coleccionador/comendador Berardo, recentemente transformado numa espécie de óraculo da vida pública nacional cujas opiniões e profecias sobre banca, bolsa de valores ou futebol do Benfica, o trazem com uma frequência inaudita para as primeiras páginas dos jornais e para os écrãs lá de casa. Berardo transformou-se numa espécie de empresário do regime, o exemplo acabado do self-made man de sucesso neste mundo canídeo em que habitamos. Uma vedeta que parece viver em permanente estado de graça e em felicidade absoluta. A vida corre-lhe bem e ele mostra-o com uma alegria quase infantil em cada intervenção pública.

Quanto ao Museu lá está, como se previa, uma imensa exposição de obras de arte contemporânea das mais variadas proveniências e períodos artísticos, movimentos e grandes nomes. Um luxo lisboeta oferecido a quem o quiser desfrutar naquele ambiente limpinho característico do CCB. O Museu Berardo está ao nível de qualquer grande museu europeu e, nesse aspecto, cumpre perfeitamente a função sem surpreender ou deslumbrar. Para quem tenha visitado a Tate Modern ou o Thyssen-Bornemisza, para citar dois exemplos, poderá até dar a sensação de ser mais do mesmo o que é, só por si, muito bom.

Enfim, Lisboa passa a fazer parte de um circuito específico, o das cidades europeias com relevantes colecções de arte contemporânea que permitem ao turista cultural passear-se calmamente numa floresta de obras interessantes e com interesse, completando a sua colecção de recordações artísticas. Sem deslumbrar nem comprometer. Para gozo do comendador e glória do Senhor Berardo.

4 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado pelo comentário descritivo e opinativo. Até pela imagem "alegre" do colecionador, tão falado por estas bandas do Atlântico, mas sem rosto até hoje, para mim. Foi bom saber que o Museu tem essas características e que tudo ficou nos conformes! Um dia, com certeza, lá estarei. Pelo Museu e pela sua coleção.

Forte abraço.

Silvares disse...

Quando vieres anuncia!
:-)

Anónimo disse...

Silvares, com toda certeza. Quero, quando for, conhecer um pouco da arte de Portugal, pelo seu roteiro e "cardapio"!

intruso disse...

ficou o museu, a colecção (tb lá estive já duas tardes)...
e lá se foi o centro de exposições...
:/