Posso estar a ficar paranóico, pode ser mera alucinação, mas tenho uma suspeita a bater-me na cabeça como um tambor à maneira dos Sex Pistols: estão a lixar a Escola Pública... de propósito!!!
Rais parta se não está tudo a convergir para que esta ideia meio destrambelhada ganhe sentido a cada dia que passa. Aliás, não será apenas a Escola que está a perder terreno, são demasiados sectores que vêem a ratazana do estado a fugir antes que as barcaças se afundem. Ele é a saúde, ele é a agricultura, as pescas, até a soldadesca se agita reclamando do Orçamento de Estado. Mas que raio de merda é esta? O que se passa?
No sector do ensino a tramóia já vem de longe. Desde há demasiado tempo a esta parte que os ministros que sentam o cú nesta pasta têm desinvestido forte e feio. A actual ministra então, abusa, como todos podemos ver. Menos dinheiro, anuncia o Ministro das Finanças e do Ensino nem um pio. Silêncio canino, obediente. Asneiras inacreditáveis cometidas a um ritmo alucinante e sem consequências de maior para tantos assassinos da escola pública, a impunidade é total. Ainda têm direito a louvores e carreira política. Cheira mal.
O caos está instalado. O cerco aperta sobre os professores, sobre os bons, sobre os maus, sobre os mais ou menos, levam todos pela medida grossa. Até parece que querem fazer-nos desistir da profissão. Quantos menos melhor. Mais se poupa em ordenados, piores são as condições nas salas de aula, a abarrotarem de criaturinhas com mochilas do tamanho de tanques de guerra. O ambiente está cada vez mais pesado. Dentro de meia dúzia de anos será insuportável.
De vez em quando há umas vozes habilitadas a reclamar o direito de os encarregados de educação poderem escolher livremente as escolas onde vão matricular os rebentos. Privadas incluídas. É claro que os filhos das classes médias também têm o direito de frequentar esses oásis de disciplina (tanga!) e com uma qualidade de ensino superior. É aí que se fala nos célebres cheques-ensino e ninguém treme. O Estado desinveste nas escolas mas investe no subsídio para engordar os lucros das privadas. Lindo! Os pobres terão de se contentar com escolas próximas da dissolução, com livros caríssimos, instalações decrépitas e professores desmotivados. O Destino está traçado.
Os filhos das classes mais favorecidas cumprirão o seu fado. Com um enquadramento familiar favorável e ambiente de trabalho muito superior, lá se vão preparando para ocuparem os cargos de direcção e governação, perpetuando a voracidade da sua condição social.
Cá para baixo, na base da pirâmide, acotovelam-se os mongas, destinados à servidão, ao trabalho precário e a uma existência baseada num desejo impossível de cumprir.
Têm razão os que garantem que não faz sentido falar em luta de classes. Não é uma luta, na verdade é mais uma guerra que aí vem.
Rais parta se não está tudo a convergir para que esta ideia meio destrambelhada ganhe sentido a cada dia que passa. Aliás, não será apenas a Escola que está a perder terreno, são demasiados sectores que vêem a ratazana do estado a fugir antes que as barcaças se afundem. Ele é a saúde, ele é a agricultura, as pescas, até a soldadesca se agita reclamando do Orçamento de Estado. Mas que raio de merda é esta? O que se passa?
No sector do ensino a tramóia já vem de longe. Desde há demasiado tempo a esta parte que os ministros que sentam o cú nesta pasta têm desinvestido forte e feio. A actual ministra então, abusa, como todos podemos ver. Menos dinheiro, anuncia o Ministro das Finanças e do Ensino nem um pio. Silêncio canino, obediente. Asneiras inacreditáveis cometidas a um ritmo alucinante e sem consequências de maior para tantos assassinos da escola pública, a impunidade é total. Ainda têm direito a louvores e carreira política. Cheira mal.
O caos está instalado. O cerco aperta sobre os professores, sobre os bons, sobre os maus, sobre os mais ou menos, levam todos pela medida grossa. Até parece que querem fazer-nos desistir da profissão. Quantos menos melhor. Mais se poupa em ordenados, piores são as condições nas salas de aula, a abarrotarem de criaturinhas com mochilas do tamanho de tanques de guerra. O ambiente está cada vez mais pesado. Dentro de meia dúzia de anos será insuportável.
De vez em quando há umas vozes habilitadas a reclamar o direito de os encarregados de educação poderem escolher livremente as escolas onde vão matricular os rebentos. Privadas incluídas. É claro que os filhos das classes médias também têm o direito de frequentar esses oásis de disciplina (tanga!) e com uma qualidade de ensino superior. É aí que se fala nos célebres cheques-ensino e ninguém treme. O Estado desinveste nas escolas mas investe no subsídio para engordar os lucros das privadas. Lindo! Os pobres terão de se contentar com escolas próximas da dissolução, com livros caríssimos, instalações decrépitas e professores desmotivados. O Destino está traçado.
Os filhos das classes mais favorecidas cumprirão o seu fado. Com um enquadramento familiar favorável e ambiente de trabalho muito superior, lá se vão preparando para ocuparem os cargos de direcção e governação, perpetuando a voracidade da sua condição social.
Cá para baixo, na base da pirâmide, acotovelam-se os mongas, destinados à servidão, ao trabalho precário e a uma existência baseada num desejo impossível de cumprir.
Têm razão os que garantem que não faz sentido falar em luta de classes. Não é uma luta, na verdade é mais uma guerra que aí vem.
5 comentários:
Já agora recebi este mail que aproveito para deixar aqui:
"Os PROFESSORES em Portugal não são assim tão maus...
Na última versão (2006) do Education at a Glance, publicado pela OCDE
(em http://www.oecd.org/dataoecd/44/35/37376068.pdf) se for à página 58, verá desmentida a convicção generalizada de que os professores portugueses passam pouco tempo na escola e que no estrangeiro.
Não é assim.
É apresentado no estudo o tempo de permanência na escola, onde os professores portugueses estão em 14º lugar (em 28 países), com tempos de permanência superiores aos japoneses, húngaros, coreanos, espanhóis, gregos, italianos, finlandeses, austríacos, franceses, dinamarqueses, luxemburgueses, checos, islandeses e noruegueses!
No mesmo documento, poderá verificar, na página 56, que os professores portugueses estão em 21º lugar (em 31 países) quanto a salários!
Na página 32, poderá também verificar que, quanto a investimento na educação em relação ao PIB, estamos num 19º lugar (em 31 países) e que estamos em 23º lugar (em 31 países) quanto ao investimento por aluno.
E isto, o ME não manda publicar...
Meu caro, você hoje está completamente fora de si ou completamente apocalíptico, ou as duas coisas. Está analisando as propostas da Ministra superficial e preconceituosamente. Embora não seja referido, nem pela própria (que é uma excelente mãe de família, modesta e pouco dada a espalhafato), nem pelos media (que são cada vez mais incompetentes, depois de terem perdido completamente o "faro" para os acontecimentos), trata-se apenas de uma reorganização necessária da estrutura e da textura do ensino público. Onde é que isto é a destruição desse ensino? Se nem os americanos conseguiram?! O ensino público está de pedra e cal meu amigo e com este reforço reorganizativo, se compreendido pelos professores, fará com que no futuro, até na rua eles não deixarão de dar aulas, mesmo as de substituição. O resto é conversa dos sindicatos que estão a ver o seu poder enfraquecer e reagem primariamente. É preciso é dar aulas, que é para isso que os professores são pagos. Não são pagos para discutirem orientações ministeriais, apenas para as aplicar com o máximo dinamismo e iniciativa. Isto é que é preciso explicar bem nas escolas, mas para isso é necessário que os professores lá estejam, organizando-se e organizando.
Meu caro faço-lhe um convite: reflicta mais um pouco, preencha as lacunas da informação que circula e talvez chegue a outras conclusões menos negras e assustadoras. Vai ver que as coisas terão outras cores que não o negro. Que raio, não vai para ministro qualquer um!
télogo
Caro amigo:
Os professores têm todo o direito de discutirem as orientações ministeriais principalmente quando servem para empatar e complicar o trabalho quotidiano nas escolas.
Concordo plenamente com a necessidade de reorganizar a Escola Pública (ou será necessário organizá-la, antes do mais?)não me parece que o desinvestimento orçamental seja um caminho aconselhável. Lá que cortem a progressão automática na carreira docente, estamos de acordo, mas o dinheirinho que se poupa com o congelamento das carreiras poderia (deveria?) ser investido na melhoria das condições de trabalho nas escolas e não ser aplicado no pagamento dos ordenados de mais 2 ou 3 motoristas nos novos automóveis dos subsecretários de estado e outras aves raras que por aí esvoaçam.
Não sei bem o que quer dizer quando em "reforço organizativo" mas lá que as oportunidades dadas aos nossos filhos não são equilibradas isso nem o mais descarado dos tótós pode pôr em causa.
Etc. etc. eu, que sou professor, nunca aceitarei obedecer a ordens como se fosse um cão agradecido por ter um dono. Não. E olhe que até sou dos que concordam com as aulas de substituição e tenho trabalhado bastante para as tornar dignas de uma escola que se pretende eficaz. Mas quando me mandam deitar sem que tenha sono ou esteja cansado, prefiro ficar de pé.
Inté.
Entre 1996 e 2006, portanto nos últimos 10 anos, o abandono escolar praticamente não diminuiu em Portugal, pois passou de 40,1% para 40%, enquanto a média comunitária desceu de 21,6% para 17%, ou seja, registou uma redução de 21,3%. Mas ainda mais grave, é que o abandono escolar, entre 2005 e 2006, aumentou em Portugal, pois passou de 38,6% para 40%, enquanto a média comunitária continuou a descer. Confrontada na Assembleia da República com esta evolução, a ministra da Educação desvalorizou-a.
Se analisarmos a evolução de todas as despesas com a Educação seja qual for o ministério que as realize, ou seja, as despesas do Estado com a “função social Educação”, em percentagem das despesas totais do Estado constata-se o seguinte: 2004: 17,5% do total das despesas do Estado; 2005: 17,4%; 2006: 17%; e 2007: 15,7%. Isto significa que se fosse atribuída à função Educação em 2007 a mesma percentagem que tinha sido atribuída em 2004 – 17,5% da despesa total do Estado – ela receberia, em 2007, mais 670 milhões de euros do que consta no OE2007.
Contas são contas, conforme reza a religião oficial do estado. Analisá-las com um mínimo de atenção permite perceber que há desinvestimento. Mas, se acrescentarmos outro dado "(...) que os subsídios pagos pelo Estado a alguns colégios privados cresceram exponencialmente, de 71 a 108 por cento, como se retira da matéria publicada no DR de 16 de Outubro!" (ver Público de hoje, página 22, na Prova Escrita de Santana Castilho), lá regressa a incómoda sensação de que a história não anda a ser bem contada.
Podemos ser comidos mas por parvos só somos comidos se quisermos.
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