Ratzinger, o homem, discorda da entrada da Turquia para a União Europeia. Disse-o abertamente antes de vir a ser eleito Papa.
Ratzinger, o Papa, Bento XVI tem uma opinião radicalmente diferente e apoia a pretensão turca. Esta diferença de opiniões mostra como a mudança de pele pode contribuir para a mudança de discurso. Isto leva a algumas questões curiosas.
1º Estará o Papa a mentir? Ou será que a obrigatoriedade de veicular um discurso que não coincide com a sua opinião pessoal não pode ser considerado mentira?
2º É o Papa infalível? E, caso esteja a mentir, não será legítimo pôr em causa o dogma católico da infalibilidade do sumo-pontífice? E, mesmo que não seja considerado uma mentira à luz das intrincadas vias do Senhor, a dita infalibilidade não cairá por terra qual Golias estupidificado pela surpresa de levar com uma pedra na testa?
3º Isto não é política? Bento XVI tem vincado bem que a natureza da sua visita à Turquia é pastoral e não política. Mas as razões que justificam esta cabriola no discurso não serão de ordem política? Se não forem a coisa ganha contornos menos precisos e poderemos mesmo ser levados a pensar que há aqui hipocrisia e intriguice, coisas bem pouco santas e indignas de um homenzinho que não se cansa de afirmar ter como missão espalhar a Verdade.
4º Ai, ai, ai... Se o Papa se permite embrulhar tão facilmente a Verdade na necessidade de adaptar as suas opiniões às circunstâncias o que pensar então de certos dogmas e outras "verdades" religiosas? Por exemplo, quanto à virgindade da mãe de Cristo. Não será fruto de uma necessidade narrativa? Como poderia um Deus, cujos ministros chegam mesmo a fingir que não possuem órgãos sexuais, fecundar uma mulher se não fosse por magia? É que, caso houvesse contacto sexual ou busca de prazer neste processo, o Deus católico estaria a comportar-se ao nível de Zeus que, como é sabido, era um devasso e deixou prole espalhada por esse mundo sendo Hércules o exemplo mais mediático. Porque aparecem sempre, nas imagens da Anunciação, o anjo e uma pomba, o anjo lânguido e respeitoso, a pomba em vôo picado sobre o ventre de Maria? Não estarão os pintores a representar a sedução masculina e, simultâneamente como era tradição, o avanço sexual? E a confusão que é a Santíssima Trindade, alguém percebe essa cena? Três em um, Pai, Filho e Espírito Santo, que coisa! Cada vez que a narrativa religiosa se complica, catrapunfas, transforma-se em dogma. Quando não se pode compreender deixa de se discutir e estabelece-se a lista de ameaças para potenciais prevaricadores. Mas há ainda quem tema as chamas do Inferno?
Chega de perguntas. Isto é como quando somos crianças, cada "porquê" traz mais 50 urgentes e escondidos e cada resposta é apenas capaz de gerar mais e mais perguntas. Sim, porque as questões religiosas fazem de nós criancinhas sedentas de saber como é o mundo que está por detrás deste mundo, "and so on", até percebermos que o Infinito é um conceito impossível de abarcar. Mas isso já não é uma questão de pele. É outra coisa... impossível saber que coisa!
Ratzinger, o Papa, Bento XVI tem uma opinião radicalmente diferente e apoia a pretensão turca. Esta diferença de opiniões mostra como a mudança de pele pode contribuir para a mudança de discurso. Isto leva a algumas questões curiosas.
1º Estará o Papa a mentir? Ou será que a obrigatoriedade de veicular um discurso que não coincide com a sua opinião pessoal não pode ser considerado mentira?
2º É o Papa infalível? E, caso esteja a mentir, não será legítimo pôr em causa o dogma católico da infalibilidade do sumo-pontífice? E, mesmo que não seja considerado uma mentira à luz das intrincadas vias do Senhor, a dita infalibilidade não cairá por terra qual Golias estupidificado pela surpresa de levar com uma pedra na testa?
3º Isto não é política? Bento XVI tem vincado bem que a natureza da sua visita à Turquia é pastoral e não política. Mas as razões que justificam esta cabriola no discurso não serão de ordem política? Se não forem a coisa ganha contornos menos precisos e poderemos mesmo ser levados a pensar que há aqui hipocrisia e intriguice, coisas bem pouco santas e indignas de um homenzinho que não se cansa de afirmar ter como missão espalhar a Verdade.
4º Ai, ai, ai... Se o Papa se permite embrulhar tão facilmente a Verdade na necessidade de adaptar as suas opiniões às circunstâncias o que pensar então de certos dogmas e outras "verdades" religiosas? Por exemplo, quanto à virgindade da mãe de Cristo. Não será fruto de uma necessidade narrativa? Como poderia um Deus, cujos ministros chegam mesmo a fingir que não possuem órgãos sexuais, fecundar uma mulher se não fosse por magia? É que, caso houvesse contacto sexual ou busca de prazer neste processo, o Deus católico estaria a comportar-se ao nível de Zeus que, como é sabido, era um devasso e deixou prole espalhada por esse mundo sendo Hércules o exemplo mais mediático. Porque aparecem sempre, nas imagens da Anunciação, o anjo e uma pomba, o anjo lânguido e respeitoso, a pomba em vôo picado sobre o ventre de Maria? Não estarão os pintores a representar a sedução masculina e, simultâneamente como era tradição, o avanço sexual? E a confusão que é a Santíssima Trindade, alguém percebe essa cena? Três em um, Pai, Filho e Espírito Santo, que coisa! Cada vez que a narrativa religiosa se complica, catrapunfas, transforma-se em dogma. Quando não se pode compreender deixa de se discutir e estabelece-se a lista de ameaças para potenciais prevaricadores. Mas há ainda quem tema as chamas do Inferno?
Chega de perguntas. Isto é como quando somos crianças, cada "porquê" traz mais 50 urgentes e escondidos e cada resposta é apenas capaz de gerar mais e mais perguntas. Sim, porque as questões religiosas fazem de nós criancinhas sedentas de saber como é o mundo que está por detrás deste mundo, "and so on", até percebermos que o Infinito é um conceito impossível de abarcar. Mas isso já não é uma questão de pele. É outra coisa... impossível saber que coisa!
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