sexta-feira, julho 28, 2006

"Envirtualizados"



Aquela merda só pode ser assustadora. Aterradora! Um gajo há-de cagar as calças pelo menos uma boa meia dúzia de vezes até se habituar. Um míssil a voar, a cair, a rebentar. Na casa do vizinho ou na nossa, a diferença não deve ser perceptível, assim às primeiras. O céu cai juntamente com o telhado e as esperanças de escapar ileso. Dizemos sempre qe a esperança é última coisa a morrer porque morre só depois do morto e renasce de imediato no bébé que acaba de nascer algures. É sádica, a esperança.

De tanto vermos imagens de guerra nos écrans acabamos por imaginar que tudo se passa daquele modo e, caso o programa não agrade, alguém irá encotrar o controlo remoto e desligar aquela bosta ou mudar de canal.

Os putos esgadanham-se nos comandos da Playstation a aviar "inimigos". Quando falham a jogada "morrem". Mas não há paranóia, logo renascem, "envirtuam" noutro bonequinho agora sabendo de antemão que não podem cometer aquele erro fatal se quiserem passar de nível para poderem ter o prazer da aviar mais uma catrefada de "inimigos". E é assim o jogo, sem termo nem princípio, um eterno renascer com a finalidade única de voltar a matar.

Acredito que, na vida real, há gajos cuja única vontade é essa: matar. Podem até ser sempre os mesmos, desde que há memória, que (re)encarnam, como os putos "envirtuam". Através dos séculos, defrontando-se Eternidade adiante como no Highlander, o filme.

Uma vez de regresso tanto podem ter um lenço com frases do Corão amarrado aos cornos como uns cabelinhos encaracolados a dançarem-lhes nas queixadas quando marram no Muro das Lamentações, são sempre os mesmos, imortais e maus como as cobras, capazes das maiores atrocidades porque, para eles, a pior de todas é a paz.

Será assim tão simples? Hoje, à hora da papa, enquanto via as reportagens sobre refugiados libaneses pensei nos putozecos que por ali cirandam sempre, a enfeitar a miséria das imagens. Aqueles gajitos não têm escola. Nem hoje nem durante quanto tempo? E quando a têm o que aprendem? Da forma como todos parecem adorar Nasrallah não terei grandes dúvidas. A escola deles é ali mesmo, no chão da rua, nos escombros dos bombardeamentos e aprendem imenso com aquele som, um míssil a voar, a cair, a rebentar, o que poderá ensinar a uma pessoa?

Esta merda não pode ter fim. A Máquina está em andamento e não há grão de areia que a emperre. Não parece haver nada que possa evitar a acelaração do fim da humanidade. Que se lixe. Vou beber uma cerveja e "envirtualizar" num jogo qualquer.

2 comentários:

Anónimo disse...

vivó silvares
um grande abraço + saudades do mudo fonte

Silvares disse...

Ah ganda Fonte, bons olhos te vejam!