Os dias vão passando e as notícias sobre a guerra começam a entrar em velocidade de cruzeiro. Os telejornais continuam a abrir com a habitual contabilidade de mortos e feridos. É como uma extensão das notícias durante os tempos da pandemia: morreram tantas pessoas, foram internadas outras tantas, etc., etc. Os números de vítimas mortais podem ser arredondados com um terramoto algures, um deslizamento de terras alhures, um tiroteio numa escola norte-americana, tudo serve para compor o ramalhete.
Este fascínio pela morte arrepia-me um pouco e irrita-me muito. É um vampirismo apático, um desejo latente por desgraças alheias, um voyeurismo melancólico. Como se necessitássemos de observar a miséria dos outros por forma a amansar a nossa própria sensação de perda.
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