A figura do soldado russo condenado a prisão perpétua por ter morto a tiro um civil ucraniano é uma imagem terrível de frustração e arrependimento. Uma criança a quem deram uma arma e mandaram para frente de guerra. E a criança fez o que era suposto fazer: matou.
A condenação deste desgraçado parece-me um acto desesperado de castigar não se sabe bem o quê. O tribunal julgou o soldadito russo mas, lá bem no fundo, está a julgar aqueles que nunca sentarão o cu num banco de tribunal, os mandantes, os senhores da guerra, velhos machos brancos com cabelos pintados e as trombas maquilhadas quando fazem os seus números de palhaço mau nas televisões.
As mortes violentas continuam a ferir a Humanidade todos os santos dias e os senhores dos exércitos não páram. Amanhã enviarão mais mil soldaditos para a frente de guerra. Os soldaditos irão pegar nas suas metralhadoras para se matarem uns aos outros e atirando sobre tudo o que mexe pois tudo o que mexe lhes haverá de meter medo.
Se o diabo for justo sabemos todos quem deverá arder no churrasco do inferno.
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