Ontem comprei "O Livro dos Seres Imaginários". Mal vi a capa, e já estava decidido. Lá no fundo, o que eu procurava era mais material iconológico, para poder dedicar-me à criação iconográfica.
A descrição anunciada de 116 seres fantásticos com participação de Jorge Luís Borges... caramba, o que pode um gajo desejar mais do que isto!?
Apesar de parecer uma edição desleixada, o livro contém passagens muito interessantes. É como um daqueles livros que Borges imaginava de vez em quando, inventando tudo. Inventando o livro, o autor (e respectiva biografia), bem como maravilhosas narrativas. Há coisas assim nalguns livros de Borges.
Ficamos a saber da Fénix, ser imaginário com um pedigree de respeito, ou da Rémora, estranho peixe de obscuras origens, com poderes de abrandar o tempo em determinadas circunstâncias.
No Prólogo deste livro, os autores (Jorge Luis Borges e Margarita Guerrero) escrevem: «Como todas as miscelâneas, como os inesgotáveis volumes de Robert Burton, de Fraser ou de Plínio, O Livro dos Seres Imaginários não foi, escrito para uma leitura seguida. Gostaríamos que os curiosos o consultassem como quem brinca com as formas alternantes que revela o caleidoscópio.»
Duas notas finais: 1ª) Não faço a mínima ideia do que possam ser os volumes de Robert Burton, nem de Fraser, e de Plínio pouco mais imagino do que tenha chegado a Velho.
2ª) Aquela vírgula a seguir a "foi", na curta transcrição que faço do Prólogo, é uma das razões que me leva a crer que esta edição da Teorema/LeYa é uma edição desleixada. Há mais exemplos, e ainda saltitei muito pouco nas páginas deste livro.
2 comentários:
Que chato.
O livro me encantou pela sua breve resenha.
Penso que agora, com edições virtuais, os livros - impressos, claro - deverão ser ainda mais primorosos nas edições, sob risco de serem inviáveis.
Lina, este livro dá vontade de desenhar. É um bom programa de trabalho, tentar criar imagens para os seres imaginários...
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