segunda-feira, maio 17, 2010

Sabedoria


Não sei assim tantas coisas que me permitam perder o sono quando deito a cabeçorra na almofada. Durmo sempre como um seixo do rio, que dorme profundamente mesmo com a água a correr por cima e a cantar aquela canção constante, tal qual uma rua coberta de tráfego 24 horas sobre 24.

Não sei assim tantas coisas que me permitam ter dúvidas a respeito de certas questões que tenho por resolvidas mesmo quando alguns continuam a questionar essas tais coisas que, sabendo, não sei bem se sei.

Não sei assim tantas coisas ao ponto de imaginar que possa ser um sábio de trazer por casa muito dado a conversa de tasca, nem sei assim tão poucas que me convençam do contrário. Sinto-me bem longe de Sócrates, esteja lá ele onde estiver.

As coisas que eu sei estou constantemente a esquecê-las.

7 comentários:

Anónimo disse...

Além do texto da sabedoria, gostei muito das duas ilustrações, que seguramente, são detalhes de telas maiores, de sua autoria! E isso você sabe!

Li Ferreira Nhan disse...

ilustração e texto, tudo a ver!
ambos com dúvidas.
Só não há dúvidas na qualidade; excelente!

Lina Faria disse...

"...As coisa que eu sei estou constantemente a esquecê-las" conclui o mestre, socratescamente modesto.

Bacana!

Silvares disse...

Eduardo, essa pintura está ali ao lado, no Carapau Staline.

Li, grato pelas palavras de encorajamento.
:-)

Beto, é sempre um prazer encontrá-lo.
:-D

Lina, é um facto. Tenho uma memória péssima o que me impede de ser um mestre. Prefiro pensar em mim como sendo um aprendiz ambicioso.
:-)

the dear Zé disse...

Bem aventurados os simples...

Silvares disse...

Amen

Silvares disse...

Amen!