domingo, setembro 27, 2009

Hoje votámos (mais uma vez)


Cheguei há umas horas de Viseu. Fui até lá com o meu irmão. Fomos exercer o nosso direito fundamental no sistema político em que vivemos. Votar é um momento. Mas é um momento enorme de tão especial. Sinto sempre uma imensa serenidade, um estranho prazer, quando faço aquela cruzinha. Aquela cruzinha faz-me acreditar intensamente em qualquer coisa que não sei muito bem explicar que coisa é. A primeira projecção tornada pública pelas televisões é a da abstenção que terá sido entre 37 e 40 e qualquer coisa por cento. Uma barbaridade. Uma estupidez, uma irresponsabilidade difícil de compreender. Quanto mais a democracia avança menos são os que nela decidem participar. Estranho não é? Mas é assim. Que fazer? A resposta é simples: votar sempre que a isso somos chamados.

11 comentários:

Anónimo disse...

Quando o povo desacredita em seus governantes, a abstenção é o desejo de mudança! Acontece que sem voto, não se legetíma nenhuma mudança! E aí reside o dilema! Não votar, porque nada muda, ou votar para mudar? É preferível perder participando, votando, do que deixar de ter o direito de reclamar!

Lina Faria disse...

Ah, tem que votar.
Democracia é tentar acertar.

Anónimo disse...

é como vc diz ai, votar é um momento enorme de tão especial. foi o que senti quando fui votar pra presidente, e marquei x, e esse x no Brasil é algo, pois é ´algo´ conquistado a duras penas. Talvez essa esperançazinha foi ingenuidade minha, mas temos que seguir acreditando, sei lá.
mas é algo que mexe comigo, mesmo.
abs
madoka

Rui Sousa disse...

Ora aí está um assunto interessante e para o qual não tenho uma opinião bem definida. Muitas vezes dou por mim a pensar que no meio deste xadrez dos partidos e da politica não consigo arriscar nenhuma jogada, simplesmente porque a consequência que antevejo da minha jogada não me mobiliza. No jogo de Xadrez convencional, o não jogar dá direito à desistência, logo à derrota pessoal. Numas eleições creio que o não jogar pode tb ser entendido como uma forma de jogar ( embora só deva ser aplicada como excepção e não regra ). Eu acho que há dois tipos de abstenção: a indiferença ( que não subscrevo de todo ) e uma determinada forma de contestação/ protesto ( que é ou pode ser discutível ) mas que me parece legitima, eticamente falando. No fundo creio que muitas vezes a abstenção faz o papel do voto em branco. Como o voto em branco não tem dimensão politica ( ou por falta de votantes ou por falta de destaque da comunicação social ) as pessoas usam a abstenção.
Já agora, só para dizer que eu também votei e estas eleições despertaram em mim um grande interesse. E já agora que estou a escrever isto numa segunda-feira ( depois de se saber o resultado ) posso dizer que para os amantes do xadrez da politica temos assunto para os próximos tempos

F Simões disse...

Enquanto os meios de comunicação (rádios, jornais e televisão)pertencerem ao grande capital vendem-se presidentes, ministros como quem vende sabonetes e a "democracia" é uma farsa. Os resultados eleitorais são a prova.

Silvares disse...

Eduardo, concordo com a sua observação.

Lina, nem sempre é fácil mas há que continuar a participar...

Madoka, fazer o "X" é uma conquista demasiado preciosa para se ignorar por preguiça ou desinteresse. Pode haver abstenção consciente mas a maior parte dos abstencionistas, estou em crer, não votam por preguiça ou ignorância. Mas posso estar errado.

Rui, é como dizes, a abstenção pode ser a materialização de diferentes pontos de vista e significar uma certa atitude... ou não! Quanto ao futuro da política cá do burgo estamos aí para cer se a nossa Democracia é tão adulta como nos querem fazer acreditar.

F Simões, a política como publicidade é já um facto. Quanto aos resultados serem a prova de que a comunicação nas mãos do capital funciona ao serviço dos seus interesses já não posso concordar. Repara que, ao contrário dos interesses do capital, o voto distribuiu-se por 5 partidos como há muito não se via e quem pagou as favas foram os partidos que habitualmente partilham o poder.

the dear Zé disse...

Tá bem, mas sair a lotaria ao Portas, fogoda-se!

MUMIA disse...

Depois destes anos todos ,
descobri hoje que tens um irmão.

Quanto às eleições...temos que gramar com o SOCRAS... e mais????

peri s.c. disse...

A abstenção é ótima ... para os que estão encarapitados no poder.

Cristina Loureiro dos Santos disse...

Foi demasiado sofrido para muitos a conquista da liberdade de cada um participar na decisão da escolha dos nossos representantes para agora não exercermos esse direito.

Para mim é sempre especial votar.

Silvares disse...

Caçador, dizes bem: fogoda-se!

MUMIA, esse irmão já cá anda há mais tempo do que eu!
:-)
Quanto ao Socras... agora está mais mansinho.

Peri, para esses é tudo bom desde que não os incomodem.

Cristina, pois é. Dizem que votar é mais que um direito!