segunda-feira, dezembro 15, 2008

Brasil (Tertúlia Virtual)


Nunca fui ao Brasil mas o Brasil veio até mim nas mais diferentes formas e feitios. Começou por chegar nos livros de História, quando era ainda um menino e as viagens marítimas faziam parte do imaginário do pessoalzinho. Juntamente com as narrativas históricas vinham Pelé e Tostão, Clodoaldo, Jairzinho e Rivelino, nos cromos do Mundial de 1970, no México (penso que o "goleiro" era o Leão, mas já não tenho a certeza). Mais tarde ouvi discos de Caetano Veloso vi, na televisão, um "show" de Elis Regina, a preto e branco, que me deixou intrigado. O tempo foi passando e o Brasil era, cada vez mais, futebol e samba, tal como Portugal era futebol e fado. No Brasil havia o Cristo Redentor e por aqui reinava a Nossa Senhora de Fátima. Mais tarde veio a Revolução em Portugal e Chico Buarque cantava "sei que estás em festa, pá..." o que me deixou a pensar um pouco, não muito, sobre um Brasil com mais coisas que Pelés e batucadas. Entretanto romperam as telenovelas com Gabriela Cravo e Canela à cabeça. Eu cresci e o número de visitas que o Brasil me ia fazendo cresceu também. A minha primeira História da Arte de E. H. Gombrich era uma edição brasileira. O planeta foi encolhendo graças aos meios de comunicação de massas (que os brasileiros chamam "mídia") e o Brasil ganhou uma cara mais definida e menos simpática. Um mundo imenso e variado de personagens coloridas e fortíssimos contrastes sociais. Hoje o Brasil é um universo de blogues escritos por gente que fala a mesma língua que eu falo e com quem me entendo às mil maravilhas. Ah, já me esquecia que, como se diz por aí, "Deus é brasileiro!". Só pode!

11 comentários:

roserouge disse...

Tirando os cromos da bola, também cresci sempre com o Brasil ao lado. Quando era criança ouvia e cantava Roberto Carlos...e depois todo esse percurso. Bem lembrado, Silvares. Bjs.

Anónimo disse...

Silvares,
O goleiro de 70 era o Felix, que jogou por muito tempo num time aqui de São Paulo a ... Portuguesa de Desportos, conhecida nos meios futebolísticos como a "Lusa do Canindé" ( Canindé é o bairro onde está sua sede ). Ela acaba de cair, mais uma vez, para a nossa 2ª divisão ...

Como já foi discutido nos comentários do Eduardo P.L. , Deus é brasileiro, mas anda de férias faz tempo ....

Anónimo disse...

Ah, quanto à presença portuguesa em nossas vidas, nascemos, crescemos e vivemos, aqui em São Paulo, comendo o pão (o melhor do Brasil) feito por portugueses e seus descendentes, que são donos até hoje de 99,9% de nossas padarias.
E claro, fazer o que, rindo das maldosas piadas feitas com a gente simples que para cá imigrou ....

Anónimo disse...

Silvares,
Interessante e muito fiel sua visão sobre o Brasil, a exceção da velha afirmativa de "Deus ser brasileiro".
Abraço.

Anónimo disse...

Claro que DEUS É BRASILEIRO !!! De onde mais poderia ser?
Quanto aos castigos que tem infrigido ao nosso povo, temos que admitir que paciência tem limites. Mesmo a paciência divina!

Silvares obrigado por ter participado!

Jorge Pinheiro disse...

O Brasil sempre esteve mais perto de nós do Portugal dos brasileiros. Em termos culturais temos muito mais referências, quer na música, no romance ou na poesia, já sem falar na história.
Isso, porém, não quer dizer que conheçamos o Brasil. De facto não conhecemos... e, Silvares,tens mesmo de lá ir! Acho que uma próxima Tertúlia devia ser presencial e lá em Vera Cruz.

Beto Canales disse...

E vem mais (já veio) brasileirices por aí, unindo cada vez mais.

Ví Leardi disse...

Silvares...Como diz o Jorge tens um dia de vir...Quanto a seus textos consegues mesmo nos surpreender...de cair o queixo...

Só- Poesias e outros itens disse...

Silvares, simplesmente genial!!!!
as sensações e influências deste Brasil pelo mundo afora, e onde a mídia tem grande influência. Eu, simplesmente ficava admirada quando em viagem a Portugal, as novelas eram vistas e copiadas pelas mulheres, os trajes, as expressões idiomáticas. O quanto o futebol em Pelé e Ronaldinho atravessaram fronteiras. Sem falar do carnaval, das praias, enfim do que voce também nos mostrou.

bjs.

JU Gioli

Alice Salles disse...

O Brasil que vemos nunca é o Brasil que sentimos ao pisar naquela terra! Silvares, o Brasil que vem a ti ésó uma casquinha do Brasil que precisa conhecer!

Um abraço!

Silvares disse...

Roserouge, O Calhambeque, pois claro, estava esquecido!

Peri, Portugal já quase não tem esses portugueses das anedotas. Agora tem os filhos e os netos deles. Somos de morrer a rir!
:-)
Dizem que lá na minha terra (no Norte) não nos importamos que riam de nós, o que não suportamos mesmo é ser enganados.

Ery, Deus deve ser mesmo brasileiro, olha só a confusão que é este mundo, o pessoal prefere dançar e beber um chôpinho, coisas divinais!
;-)

Eduardo, esse Deus castigador deve ser por causa da costela portuguesa (sim, porque se Ele é brasileiro tem, pelo menos, uma costela portuga!)

Jorge, um dia irei lá, se Deus quiser (como Ele é brasileiro talvez queira :-)

Beto, é isso mesmo!

Ví, se consigo surpreender fico feliz. Um dia vou surpreender-me a mim próprio voando ou navegando até esse lado do oceano. Já estive em Cuba, foi o mais próximo que cheguei.

Ju, há um pormenor que me faz rir (um bom tema para anedota com portugueses) quando chega o Carnaval, em Fevereiro, o Inverno está em Portugal com toda a força. Mas a vontade de imitar o Carnaval brasileiro faz com que haja desfiles de "garotas peladas"... brrrrr, é de arrepiar. A influência é enorme! Penso que tem a ver com a habitual tristeza dos portugueses (há quem lhes chame os "latinos tristes") a querer transformar-se na imagem de alegria que temos dos brasileiros.

Alice, imagino que seja assim. O meu post é sobre essa imagem um tanto indefinida que vamos construindo do Brasil.

Tenho andado com muito trabalho na escola o que me impede de blogar com mais tempo. Daí que as minhas visitas andem sendo de fugida.