Há qualquer coisa de errado na forma como o actual governo da República Portuguesa vai manobrando os assuntos correntes da governação. São mais que um os ministérios desgovernados com decisões mal explicadas e atitudes precipitadas ou, no mínimo, decisões reveladoras de grande "sapateirice" por parte de quem as toma.
Não tenho nada contra a classe dos sapateiros desde que não venham ganhar protagonismo em áreas que ultrapassem as suas competências. O que se está a passar no Ministério da Cultura é grave. Mas também no da Educação ou nos Negócios Estrangeiros as coisas não têm sido particularmente felizes, muito menos eficazes.
Os recentes episódios relativos ao despedimento do director do São Carlos e à forma abusiva como o Ministério da Cultura se apropria de receitas cativadas pela direcção do Museu Nacional de Arte Antiga, somados à discutível decisão de entregar o CCB ao benemérito Berardo, revelam uma tendência pouco saudável de decidir alarvemente e com pouca ponderação, verdadeira imagem de marca do executivo socrático.
É um facto que este executivo gere com manápula peluda e notória mestria a propaganda necessária para manter em banho-maria o nosso boçal povão. A oposição anda manca e pouco capaz de mostrar alternativa. As vozes mais dissonantes (não sendo de burro) são incapazes de chegar ao céu mediático, perdendo-se pelo caminho, diluídas nas habilidosas manobras de contra-informação levadas a cabo pela máquina governativa que vai mastigando as notícias.
Assim sendo lá vamos aturando, quase sem disso nos apercebermos, uma mão-cheia (ou mesmo duas) de ministros (e ministras) absolutamente incapazes e de baixíssimo nível. Por coisas como estas foi o Santana Lopes posto em órbita por Jorge Sampaio. Nos dias que correm temos esses gémeos nas mais altas cadeiras do poder, Cavaco e Sócrates, quais Rómulo e Remo, empertigam-se de beiça esticada para as tetas da loba. E nós, quais romanos ansiosos, lá vamos papando o pão e gozando o circo, mesmo que os números oferecidos sejam sempre do mesmo tipo: só há palhaços. E nem sequer são dos melhores, muito menos dos mais engraçados.
Assim como assim até chego a suspirar por outros palhaços, mais espectaculares e igualmente incapazes mas que, ao menos, sempre garantiam outras audiências aos serviços informativos na televisão. Onde andam vocêzes? Paulinho? Pedrocas? Bagão, oh, doce Bagão... grande palhação!
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