A crise; a bancarrota; o chão enegrecido pelo sangue sêco; uma página a mais; a água; um olho caído; o vôo da gaivota sobre o parque de estacionamento. Páro um momento. O écrã iluminado; trafulhice; o político; a pomba da paz com um colete anti-bala; o carro; a casa; o jornal; o calor... tanto calor! Não me passa nada pela cabeça. Fumo outro cigarro (nunca podemos fumar duas vezes o mesmo cigarro!). Levanto-me e caminho um pouco; escrevo com um pé sobre o outro, como se fosse um flamingo a fingir. Abano ligeiramente a cabeça. Estou cheio de informação, como um ovo cheio... daquilo que enche os ovos. A mulher curvada sobre o carrinho de bébé; a árvore; o cãozito a ladrar quando me viu; as pilhas gastas; os pincéis; a pintura.... o dia de amanhã.
O dia de hoje está próximo do fim.
4 comentários:
UF!
Rui, uma pergunta: andas com um mini gravador, ditando suas impressões, ou as anota num caderninho????
Cansativo, certamente.
Chapa, cansativo, não é?
Eduardo, tenho um caderninho mas, como digo no post, tenho sempre a cabeça cheia, como um ovo.
:-)
É só partir a casca um bocadinho.
Beto, dizes bem, cansativo mesmo. Por vezes penso se cansa não cansará mais do que andar todo o dia a partir pedra com uma marreta
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