Ele aí está de novo. Ex-Paulinho das Feiras, ex-Ministro da defesa, ex-líder do PP, ex-uma série de coisas que fazem dele coisa nenhuma. Uma espécie de camaleão-fantasma capaz de tirar o sono a muito boa gente e aconchegar os lençóis a muito sacana descarado.
Das suas acções e segredos (in) confessáveis há só um que eu daria tudo para conhecer. Não falo da forma como ele descobriu que foi a Virgem, dita Nossa Senhora de Fátima, quem intercedeu a favor das areias das praias portuguesas ao enviar o a maré negra do crude do Prestige para a costa galega. Isso não é segredo nenhum já que os iluminados falam frequentemente com seres de outros mundos, é um traço que os caracteriza e distingue dos comuns mortais.
Não. O que eu gostava mesmo de saber e conhecer eram as provas irrefutáveis da existência de armas de destruição massiva escondidas no Iraque. Lembram-se? O então ministro garantiu, jurou a pés juntos que tais provas não só existiam como eram um documento eloquente e arrepiante para a visão dos humanos mais puros e castos. Ele, um dos especiais da raça branca-católica-apostólica-romana, não tinha dúvidas portanto não restava espaço para dúvidas. O mundo ficou siderado e avançou destemido para a invasão do infernal Iraque convicto da justeza da acção. Portas tinha falado.
Até hoje continuamos à espera de, pelo menos, saber que provas eram aquelas. Ao que parece a coisa terá sido forjada e o Paulinho enganado na sua boa-fé. Ele e o seu companheiro da altura, o inefável Barroso. Estes dois idiotas úteis (acredito que tenham acreditado nas mentiras que Bush lhes colocou à frente do nariz) acabaram longe do Governo de Portugal.
Barroso lá está, no seu altarzinho de Bruxelas. Paulocas foi condecorado pelo Secretário de estado Rumsfeld, decerto como sinal de gratidão pelo suas tristes figuras sempre que se tratou de dizer "yes" ás políticas militares agressivas impostas pelos EUA.
Agora o homem está de volta. Entra de mansinho e com cara de mau como é costume. Vai desfiando banalidades num novo programa televisivo estranhamente intitulado "O Estado da Arte". Será que o Portas se reclama, agora, artista? Talvez até faça sentido já que a sua actuação na coisa pública se constitui como um verdadeiro "projecto" à maneira do artistas conceptuais.
Os episódios citados (a Virgem e o Desvio do Crude e As Provas Irrefutáveis) são pálidos exemplos do que este artista é capaz de criar.
Um dia destes ainda embrulha Cavaco Silva em papel de seda e manda-o para Vladivostoque, sem selo de correio e com a graça de Deus.
Amen.
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