Hoje lá consegui visitar a amiga Frida, apesar de muitos outros estarem na mesma disposição e o fazerem também.
Confirmei as suspeitas de que ela estaria exactamente como a imaginara. Fraquinha, fraquinha, frágil como um fio de água a escorrer de uma torneira mal fechada. Demasiado fraca para suportar tanta esperança nela depositada.
Um bom negócio, esta casinha temporária onde se encontra a amiga Frida, de visita e esperando visitas. As pinturas expostas são, quase todas, de uma simplicidade amadora. Mal pintadas, desenhadas com dificuldade, as imagens alinham-se timidamente, ponteadas por fotografias para disfarçar a falta de consistência que tudo aquilo tem (ou não tem).
A coisa quase deu para o torto, dentro do meu coração, quando desemboquei na parte da casa onde prantaram três manequins do mais piroso que se poderia encontrar entre as coisass pirosas que o mercado tem para oferecer a clientes pirosos. Os bonecos vestidos com trajes que a amiga Frida poderia ter usado quando foi coisa vivente, enfrentavam uma encenação de uma espécie de enterro macabro com bonequinhos-esqueletos, como no filme de Eisenstein mas sem graça nenhuma por parecerem ter sido adquiridos na loja ao lado da outra, onde foram desencantar os manequins.
Esta exposição é fraca.
A obra de Frida Kahlo poderá permitir melhor do que isto, mas esta... o melhor é ir ver.
Por 5€ se entra e sai dali mais ou menos com a mesma carga de bagagem dentro da cabeça. Acrescenta pouco, eventualmente poderá mesmo retirar alguma coisa.
Não fosse o drama que a amiga Frida viveu e nos mostra de forma tão pueril e sincera e muitos haviam de reclamar o dinheiro de volta na bilheteira. Um flop, amiga Frida, estão a servir-se do teu sofrimento para te exporem como uma curiosidade, uma aberração de feira.
Talvez um dia te possa ver com melhor cara e outros olhos.
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