terça-feira, fevereiro 22, 2011

Da existência dos vegetais


O tempo que vivemos é todo para consumir. Não pode haver tempos mortos, apenas e exclusivamente tempos vivos. E frenéticos. Este consumo constante e sôfrego faz do tempo que vivemos uma coisa violenta, como se o tempo fosse uma serra circular mecânica, a esquartejar sem dó nem piedade tristes árvores que foram arrancadas ao sossego de suaves colinas que nem sabemos se eram colinas verdejantes ou negras memórias de algum incêndio criminoso. Árvores que se tornaram irritantes por serem tão quietas, tão contemplativas, por serem tão diferentes ao manterem-se fiéis à sua natureza.

1 comentário:

Jorge Pinheiro disse...

Adoro árvores. Excelente texto.