sábado, fevereiro 19, 2011
Conversa mole (a derreter)
Tenho a incómoda impressão de que o nosso espaço político e social entrou, definitivamente, em contracção. A ideia de uma economia em contínua expansão, assim à laia de universo infinito, não faz sentido a não ser num mundo irreal, um mundo de banda desenhada rasca.
Não sei quando deixámos de ser cidadãos e passámos a olhar para nós próprios como consumidores. Talvez tenha sido quando aceitámos a ideia de sermos mais contribuintes que beneficiários das nossas contribuições. Não sei quando foi, mas lá que isso aconteceu, não tenho dúvidas.
Os nossos níveis de consumo têm feito mais mal que bem ao mundo em assentamos estes cús de chumbo que nos enfeitam o fundo das costas. Imaginemos que o consumo, tal como o praticamos, se expande aos gigantes asiáticos. BUUUUM, rebenta esta merda toda. A menos que troquem apenas de lugar. E que os ricos passem a ser pobres por troca com os pobres que passem a ser ricos.
Esta conversa está a ficar mole de tão desencantada. Mas a tal impressão incómoda começa a ganhar contornos de certeza. Quando acontecer, quando a China for o farol da humanidade, como será a nossa vida? Estou em crer que vamos ter de reencontrar os prazeres simples da existência humana, reaprender a amar a luz do sol e a beleza da nossa sombra projectada no chão que pisamos. Coisas assim.
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2 comentários:
Adoro os seus textos e epifanias. Ainda hoje colocava um livro na minha "wish list" da Amazon, não sei se já leu: http://www.amazon.co.uk/Hypermodern-Times-Gilles-Lipovetsky/dp/0745634214/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1298459133&sr=1-1
Acho que tem muito a ver com o que o Silvares diz.
Abs,
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