"Bateu no fundo?" cartoon de Luís Afonso
Anda tudo afogueado com os anunciados cortes no orçamento de estado destinado ao investimento na cultura. São os artistas quem mais esperneia e com toda a razão, diga-se de passagem.
Há por aí muita gente que acha que as produções culturais não merecem apoios governamentais numa sociedade sujeita às leis do mercado que se baseiam na oferta e na procura. Muitos pensam que se um determinado produto cultural tem qualidade vende-se, garantindo dessa forma a subsistência dos produtores. Seria lindo que assim fosse mas a realidade não permite sonhos tão bonitos.
Há um factor que me parece não ser devidamente quantificado nesta situação. Falo do factor pobreza. Nos últimos tempos temos percebido que são cada vez mais os portugueses que têm extrema dificuldade me garantir os meios básicos de subsistência. Se os cidadãos têm dificuldade em arranjar dinheiro para comer ou pagar a renda de casa como podem investir o que quer que seja em produtos culturais? Ai, ai, a coisa é complicada.
Se os cidadãos não conseguem dinheiro extra para ao teatro como podem os teatros funcionar? Segundo as leis do mercado se não há procura a oferta está condenada.
Ui, vamos deixar de ter teatro em Portugal? E cinema? E dança? E orquestras? A coisa está mesmo complicada. Haverá solução para tão triste perspectiva? Pessoalmente não sei como se poderá descalçar esta bota. Os artistas procuram o apoio do estado mas, nos tempos que correm, é como um mendigo ir pedir esmola para a porta da sopa dos pobres.
3 comentários:
que charge boa, como todo o resto
Situação MUITO complicada! Onde não há riqueza, a cultura é a primeira a sucumbir!
Gracias, Beto.
Eduardo, a Cultura está sempre morrendo esfomeada!
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