Ultimamente tenho visto muitos filmes em casa, na televisão ou no computador, todos os dias vejo, pelo menos, um filminho. Ontem vi Gangster Americano de Ridley Scott, anteontem tinha visto A Taberna do Irlandês, um filme bastante macarrónico de John Ford num registo inesperadamente light, com o inevitável John Wayne a tentar representar, coisa que nunca foi o seu forte. Ver ou rever filmes no écrãzinho da TV é um exercício de prazer com algumas vantagens (aqui há dias vi o excelente Uma Outra Educação). Podemos parar ou retomar o visionamento em qualquer ocasião ou ver o filme em modo acelerado, como fiz com Um Homem Singular a partir de meio, um filme que me aborreceu bastante, talvez por tê-lo visto logo a seguir a Uma Outra Educação. Por vezes a dose dupla não é muito boa ideia.
Ontem à tarde resolvi ir a uma sala de verdade com a minha filha. Procurei na lista de filmes em exibição no centro comercial de Almada que tem mais de dez salas e a coisa não era nada animadora. No meio da cinzentice da oferta acordámos assistir ao último Shrek.
Shrek Para Sempre não desilude. É mais uma exibição notável de técnica de animação (desta vez em 3D) com personagens desopilantes e um argumento algo estereotipado. O resultado final merece elogios e, apesar dos oculinhos, vê-se com agrado do princípio ao fim. Sinceramente, depois de ter percorrido a lista de filmes para cima e para baixo várias vezes não tive dúvidas na escolha. As salas do centro comercial pertencem à ZON Lusomundo e a maioria das coisas que ali passam são produtos industriais com venda garantida em qualquer supermercado ranhoso.
Em casa, um tipo tem outra capacidade de decisão. Não só na escolha dos filmes mas também no poder do botão. Quando a coisa não satisfaz, zás, corta que já chega!!!
6 comentários:
Aqui tá passando um filme dos quase vizinhos de vcs, os franceses, que é muito bom: O pequeno nicolau. Filme infantil fora dos padrões dos gringos.
Ainda não ouvi falar. A minha tem 16 anos e uma invejável capacidade para ver cinema (já viu comigo Metropolis de Fritz Lang e Nosferatu de Murnau em DVD, só para dar 2 exemplos mais radicais) mas ontem não resistimos ao panorama...
16 anos é bastante para o Nicolau. Creio que ele é um filme perfeito para quem tem 10 anos ou acima dos 35...
Esse é um dos mistérios da existência. É como na canção: "demasiado velho para o rock'n'roll, demasiado jovem para morrer..."
Meu, será tudo o que tu dizes mas, cinema para mim, é mesmo numa sala de cinema, o ecrã o maio possível, Em casa é (quase) sempre sucedâneo.
(Beto, o menino Nicolau, é aquele dos deliciosos livros desenhados por Sampé e escritos pelo grande Goscinny?)
Caçador, tens razão mas onde irias tu desencantar aqueles velhos filmes (muitos deles maravilhosamente merdosos) que se encontram no canal Hollywood, por exemplo?
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