sexta-feira, julho 09, 2010

Ai, o fado!


O nosso governo tem um comportamento deveras estranho. É como se cambaleasse. Toma decisões, anuncia medidas, avança todo empertigado e, logo a seguir, recua, hesita, dá o dito por não dito e volta atrás ou tropeça para o lado. A imagem que fica é a de um grupo de personagens voluntariosas que não sabem bem o que pretendem fazer mas, como têm de governar o país, lá vão tentando qualquer coisinha, que a margem de manobra também não é assim tão grande. Ele há a crise e a Comissão Europeia, a senhora Merkel e os compromissos internacionais, enfim, uma série de empecilhos que impedem a clarividência e emperram a eficácia da tribo governativa.

No meio da confusão conseguem irritar toda a gente. Foram os professores, agora são os automobilistas, os accionistas da PT e os agentes culturais, só para citar alguns casos mais mediáticos. Pelo meio, o governo vê-se metido em tribunais que, invariavelmente condenam as suas acções e dão razão aos que dele se queixam. Até parece que os nossos governantes não conhecem as leis e governam às apalpadelas. Tomam-se as decisões e depois logo se vê. Pode ser que pegue!

A sensação que fica é que somos governados por um grupo de pessoas mal preparadas para as funções que exercem, que fazem de Portugal um espectáculo medíocre, uma noite de amadores a quem apenas os familiares e amigos são capazes de aplaudir sem entusiasmo nenhum, por favor ou eventual interesse. É um espectáculo miserando e insípido. Uma espécie de fado mais triste que o habitual que somos obrigados a ouvir apesar do desafinanço.

2 comentários:

Beto Canales disse...

São incríveis algumas semelhanças entre nossos países. uma pena que normalmente são iguais somente nas coisas ruins...

Silvares disse...

Começo a pensar que há qualquer de profundamente errado em toda esta história. Essas semelhanças nas coisas ruins parecem ir além dos países lusófonos...