segunda-feira, julho 26, 2010

O escritor fantasma


Já há muito tempo que não me acontece escrever dois posts seguidos sobre cinema. Isto deve significar que estou em férias pois este post é sobre o mais recente filme de Roman Polanski, O Escritor Fantasma.
Ora aí está um filme para os amantes do bom velho método de fazer cinema: uma câmara de filmar; um punhado de actores (uns melhorzinhos, outros nem por isso e mais alguns para darem consistência aos restantes); um argumento bem urdido, repleto de becos sem saída que, bem vistas as coisas, levam a portas escondidas que se abrem sobre... novos becos sem saída; meia dúzia de décors escolhidos a dedo e um ambiente escurecido por constantes nuvens no céu, a ameaçarem tempestade da grossa. Em suma, podemos afirmar sem grande hesitação que estamos perante um film noir, daqueles que se pensava que já não se faziam. Mas, afinal, ainda há quem os faça e com mestria assinalável, diga-se de passagem. Nada de efeitos especiais, nada planos complicados, tudo na mais eficaz das simplicidades narrativas, exposto com uma segurança quase comovente.
Muito bom.

3 comentários:

Lina Faria disse...

Enfim, um autêntico Polanski, me parece.

Silvares disse...

Sem dúvida. Autêntico como nós gostamos das coisas autênticas...

roserouge disse...

Também gostei muito deste filme. Apesar de ser mais uma história tipo, não te metas com a CIA, senão acabas pendurado numa ponte em Londres, envenenado num restaurante em Londres, atropelado numa rua em Londres. Pôças, parece que é em Londres que acontece tudo. Lá, vive-se intensamente... olha, vou mudar-me para lá. Estão sempre a acontecer coisas. Já dizia a minha primeira professora de Inglês: "If you're tired of London, you're tired of life". Boa, gosto desta. What a thrill...