Stephen King já há muito que entrou para a história da cultura popular na qualidade de mais prolífico autor de contos e romances de terror ou, mais simplesmente, fantásticos. Além disso as suas histórias mirabolantes revelam um potencial narrativo de tal modo intenso que se tornou, de longe e sem competição possível, o autor mais adaptado para cinema, sendo difícil contabilizar todos os filmes produzidos pela máquina industrial de Hollywood que tiveram como base e ponto de partida a escrita de King.
Em The Mist http://www.themist-movie.com/(O Nevoeiro Misterioso no subtítulo para as salas portuguesas) o realizador Frank Darabont trabalha pela 3ª vez (se é que contei decentemente) sobre a imaginação do mestre Stephen. Se nos anteriores Os Condenados da Shawshank e The Green Mile, os resultados alcançados foram razoáveis mesmo sem suscitar grandes excitações críticas nem da parte do público, neste The Mist, as coisas já não são tão anódinas assim.
The Mist é um filme clássico na sua estrutura, com uma narrativa escorreita e quase totalmente limpa de impurezas, actores típicos de uma série B que se leva a sério, com a participação estonteante e fora-de-série dessa actriz de outro planeta que dá pelo nome de Marcia Gay Harden. Portentosa!
Os efeitos especiais, em particular os monstrecos, são um tanto pueris. Quase parecem saídos de um filme de animação produzido por Tim Burton, com o seu quê de anedótico e vagamente divertido, mas acabam por cumprir a função com eficácia. Aliás, eficácia poderá ser a palavra-chave para este filme, na generalidade.
Outro ponto forte de The Mist, é a reflexão que nos é proposta pelo desenvolvimento da situação do grupo de personagens que se vêem encurraladas e rápidamente desesperam.
Resumindo e concluindo, um filmezinho bem interessante para quem não tiver demasiados preconceitos em relação ao género e não se importar de reencontrar um ou outro cliché cinematográfico, característico de uma série B de terror ou ficção científica. Os aspirantes a intelectuais e amadores de cinema de autor poderão saír da sala a tapar o nariz. Tal como o final do filme, a vida é um risco e as decisões que tomamos em determinadas ocasiões podem ser como tiros que saem pela culatra e nos rebentam a face.
Bonito, não?
2 comentários:
A resenha, e a imagem criada esta muito bonita!
Quanto ao filme, não sei se chegarei a ver...e se é o meu gênero preferido....
A situação criada é uma interessante metáfora da nossa sociedade de consumo: um grupo de pessoas fica presa dentro de um super-mercado, envolto num misterioso nevoeiro...
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