Está por aí à venda a colecção Stanley Kubrick. Um conjunto de DVD que inclui títulos como Laranja Mecânica, 2001, Odisseia no Espaço, Shinning e este magistral Barry Lyndon. Não sei ao certo a que se deve o surgimento de tão excelente colecção, talvez alguma revista a tenha acrescentado na tentativa de incrementar as vendas, não sei bem. Sempre que ia comprar o jornal lá namorava os DVD, preço à volta de 9€, ali em cima das pilhas de revistas cor-de-rosa e respectivos brindes que fazem das tabacarias uma espécie de lojas dos 300, a deitarem "ofertas" por fora e pelos olhos dentro. Hesitei durante uns tempos, a aquisição de Citizen Kane numa outra colecção (saída com o Público há uma boa mão-cheia de meses) fizera de mim gato escaldado. O monumental filme de Wells vinha adaptado ao écrã de TV, com o formato escortanhado e os enquadramentos adulterados, o que muito me irrita e retira todo e qualquer prazer no visionamento dos filmes assim estropiados. Estariam os filmes de Kubrick no mesmo estado lamentável?
Barry Lyndon tantou olhou para mim que me decidi a comprá-lo.
É um DVD sem extras (daí o preço) que respeita o formato original. Rever o filme foi uma espécie de regresso à adolescência. Tinha-o visto no velho (hoje desaparecido) Cine Rossio, em Viseu e, logo ali, fiquei fascinado pelo grande cinema de Kubrick. A fluência narrativa deste Barry Lyndon, a grandiosidade da encenação e do guarda-roupa, os planos de mestre, janelas abertas sobre a comédia humana, a banda sonora... tudo regressou com este DVD. Não tenho outra vez 15 ou 16 anos, mas o prazer imenso de contactar uma obra de arte deste calibre é absolutamente intemporal. A idade não importa e nem as manhas adquiridas uns milhares de filmes depois retiram a frescura sentida perante Barry Lyndon. Obra-primeiríssima entre todas as obras-primas deste mestre do cinema.
Este reencontro ao fim de tantos anos despertou em mim a nostalgia de Laranja Mecânica. A memória de ter de enganar os porteiros do Cine Rossio para poder ver esse filme (era para maiores de 18 anos e naquela época sem BI a provar a nossa idade não entrávamos mesmo e ponto final!), metido no meio de um grupo de jovens adultos, o meu irmão e mais uns quantos lá da terra, a passar despercebido até ao meu lugar. O espanto e o terror que me provocou, aquele terror que somos capazes de controlar e perceber, o terror da realidade e do vislumbre da mais negra das maldades como coisa natural no homem, quase santa, voltaram-me à memória.
Hoje de manhã, ao comprar o jornal quis comprar também a Laranja Mecânica. "Está esgotado." respondeu-me a senhora da tabacaria, "Estes filmes vendem-se muito bem, estou admirada."até eu me admiro... e não devia!
Fiz uma encomenda e vou aguardar. Também não tenho pressa.
Barry Lyndon tantou olhou para mim que me decidi a comprá-lo.
É um DVD sem extras (daí o preço) que respeita o formato original. Rever o filme foi uma espécie de regresso à adolescência. Tinha-o visto no velho (hoje desaparecido) Cine Rossio, em Viseu e, logo ali, fiquei fascinado pelo grande cinema de Kubrick. A fluência narrativa deste Barry Lyndon, a grandiosidade da encenação e do guarda-roupa, os planos de mestre, janelas abertas sobre a comédia humana, a banda sonora... tudo regressou com este DVD. Não tenho outra vez 15 ou 16 anos, mas o prazer imenso de contactar uma obra de arte deste calibre é absolutamente intemporal. A idade não importa e nem as manhas adquiridas uns milhares de filmes depois retiram a frescura sentida perante Barry Lyndon. Obra-primeiríssima entre todas as obras-primas deste mestre do cinema.
Este reencontro ao fim de tantos anos despertou em mim a nostalgia de Laranja Mecânica. A memória de ter de enganar os porteiros do Cine Rossio para poder ver esse filme (era para maiores de 18 anos e naquela época sem BI a provar a nossa idade não entrávamos mesmo e ponto final!), metido no meio de um grupo de jovens adultos, o meu irmão e mais uns quantos lá da terra, a passar despercebido até ao meu lugar. O espanto e o terror que me provocou, aquele terror que somos capazes de controlar e perceber, o terror da realidade e do vislumbre da mais negra das maldades como coisa natural no homem, quase santa, voltaram-me à memória.
Hoje de manhã, ao comprar o jornal quis comprar também a Laranja Mecânica. "Está esgotado." respondeu-me a senhora da tabacaria, "Estes filmes vendem-se muito bem, estou admirada."até eu me admiro... e não devia!
Fiz uma encomenda e vou aguardar. Também não tenho pressa.
1 comentário:
Também sou fascinada por Barry Lyndon. Completamente. É mesmo verdade que aquela cena foi gravada à luz de velas? Nunca consegui saber :)
Está magistralmente bem feito. É de uma beleza estética fora do comum, eu acho. E em parte, também me transporta à minha juventude muito jovem ;)
Beijinhos :))
Enviar um comentário