terça-feira, dezembro 19, 2006

Coisa estranha (ou nem por isso?)


"O Ministério da Educação promete tomar uma "decisão final e definitiva" sobre o futuro da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS) quando terminar o actual ano lectivo, não excluindo para já "qualquer cenário", desde a generalização dos novos termos gramaticais ao seu abandono ou reconversão total."


DN digital


Mais uma vez o que impressiona não é a excelência científica do projecto mas o autismo de quem o tenta implementar. Não discuto a qualidade do trabalho dos linguistas que nos querem fazer reviver os prazeres das universidades medievais, quando a gramática era considerada uma arte. Não discuto a necessidade de ensinar e aprender essa antiga arte nas escolas de hoje. Nada disso está em causa.

O que arrepia é imaginar um professor de Português do ensino básico a ter de ensinar a TLEBS a uma turma de 28 alunos dos quais 14 sabem ler e os restantes são capazes, apenas, de escrever. Os currículos do Ensino Básico são de uma megalomania babilónica mesmo sem terem a TLEBS no topo, a enfeitar o bolo.

O que arrepia é perceber que as decisões são tomadas por personagens de ficção e não há ninguém, no mundo real, que lhes ponha travão.

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