"Depois de a Câmara dos Representantes ter dado o seu aval, o Senado norte-americano aprovou sexta-feira a construção de um muro duplo com uma extensão superior a 1100 quilómetros na fronteira com o México, de forma a evitar a entrada de imigrantes ilegais no país. A decisão final está agora nas mãos do Presidente George W. Bush."
Entre Agosto de 1961 e Novembro de 1989, o muro de Berlim foi um símbolo terrível na velha Europa. Os Estados Unidos preparam-se para construir outro muro. Tal como em Israel.
A terra da Liberdade fecha-se à imigração clandestina da pior forma. Fecha-se da forma mais estúpida e, decerto, ineficaz, construindo um símbolo da sua incapacidade de confrontar a questão da pobreza com medidas mais humanas que possam, eventualmente, constituir resposta à altura do problema e da própria imagem que os EUA (ainda) reflectem no imaginário de tantos milhões de cidadãos do mundo por esse mundo fora.
Um novo muro da Vergonha.
Que fazer no Sul da Europa? Na impossibilidade de erguermos um muro no Mar e outro no Oceano como iremos tentar dar uma resposta à altura da situação criada pelas vagas de imigrantes que nos chegam vindos de África?
A estátua da Liberdade vai continuar tal como está? Não é ela um sinal de boas-vindas a todos os que procuram a terra prometida do norte da América? Pois, os mexicanos entram por outra porta. A maior parte deles nem nunca chega a pôr os olhos nessa estátua. Dá-se por feliz em ter um postal à cabeceira da cama. Se tiver a sorte de ter uma.
Pelos vistos já nem em Deus os americanos confiam. Já não confiam em nada nem em ninguém.
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