Pois, olhar para dentro de nós, não é? Como se a alma fosse um espelho, como se pudéssemos contemplar o interior difuso de que somos feitos. Sentimentos, sensações, memórias. Ah, sim, dissecar a alma com o bisturi da sinceridade. Havia de ser bonito.
Suportar a densa banalidade que a solidão ajuda a fabricar e, ainda assim, manter uma humanidade à prova de bala. Ser capaz de ignorar a vontade de atirar boca fora um ou outro impropério, manter a calma olímpica própria de uma divindade amestrada. Possível, sim, mas desejável?
Queremos ser ovelhas ou preferimos vestir a pele do lobo? Estúpida pergunta que não merece resposta. Cada um de nós é herói no seu próprio filme. Uns dias come-se, outros dias é-se comido. Diria que é assim a lei da vida mas estaria apenas a debitar mais uma frase vazia de sentido.
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