Por vezes sinto que a busca de uma forma de expressão artística vive mais de felizes acasos do que de buscas concretas e objectivas. Ensinaram-me que a transpiração vale mais do que a inspiração. Fingi acreditar. Na verdade não ensino isso a ninguém o que não significa que não valorize o trabalho esforçado. De maneira nenhuma!
No parágrafo anterior falei em "busca de uma forma de expressão artística" e agora duvido dessa formulação. Fico a matutar se uma coisa assim se procura ou é ela que se revela e dá a conhecer. Terão as ideias (e as formas artísticas) algo que se possa assemelhar àquilo a que chamamos "vida"? Haverá algum universo paralelo habitado por esse género de entidades?
Seja como for, regressando (penso eu) ao início desta reflexão, diria que a transpiração não garante a felicidade do encontro com a forma artística; que dependerá mais da inspiração, do jogo que jogamos quando lidamos com materiais e conceitos, misturando algures aquilo que trazemos na alma com aquilo que temos nas mãos. É uma alquimia, algo da ordem do maravilhoso. O resultado nem sempre ultrapassa níveis rasteiros mas, sabemos bem, há ainda dias felizes que poderemos viver!
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