sábado, outubro 30, 2010
Irmãs (quase) gémeas
Quanto mais progredimos na preservação da vida humana, estendendo progressivamente o nosso tempo de habitantes do planeta Terra, mais abrimos a porta à doença e à pobreza.
O envelhecimento da população aumenta o número de casos de doenças relacionadas com o desgaste das peças que constituem o nosso organismo. A doença de Alzheimer é um exemplo paradigmático.
Mas os problemas sociais relacionados com as dificuldades crescentes em garantir uma velhice em condições dignas e razoáveis a todos os séniores da população são, também, angustiantes e parecem impossíveis de resolver satisfatoriamente principalmente num mundo em que a Economia domina sobre todas as coisas.
Ao prolongarmos a vida humana estamos a semear alimento para essa irmãs (quase) gémeas; a doença e a pobreza. Será este um preço a pagar por tentarmos contrariar a ordem natural das coisas? Estará Deus chateado connosco por brincarmos a fazer de contas que somos Ele?
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3 comentários:
Olá Silvares!
Concordo plenamente com o que está dito no post. Também questiono muito essa tal de longevidade. Até que ponto prolongar a vida humana é saudável? Um doente de Alzheimer, por exemplo, está morto internamente, não tem mais referência nenhuma, não tem universo em sua vida. É um vegetal que anda, come e fala, e massacra os cuidadores. E então, vamos conservar essa vida ad eternum, em detrimento daqueles que ainda podem ser úteis a si e aos seus semelhantes? O mundo, infelizmente está cheio de exemplos que tais, de pessoas velhas acometidas de todos os tipos de demências. E os que têm cancer, parkinson, que perdem a fala, a visão, o controle de seus músculos? Sinto que a sociedade está chegando num ponto em que precisa parar e refletir sobre esses paradigmas tão cruéis a todos nós. Parabéns pela postagem.
Bjssss
Grato pelo seu comentário. Em Portugal há uma discussão pública muito interessante (e importante) em redor do que chamamos o Testamento Vital. Até que ponto e em que circunstâncias podemos decidir sobre a nossa própria vida ou morte? Um debate que não imaginávamos há poucos anos atrás!
Silvares,
As tuas palavras são extremamente pertinentes. Racionalmente falando.
As da Marli também, embora com alguma crueza.
Falo eu, com a emoção na boca, tendo uma mãe com Alzheimer... :(
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