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Portugal é quase África pelo calor e pela bonomia de uma parte significativa da população. É quase África por se ter misturado nela e tê-la trazido consigo, espalhando-a pelo resto do mundo todo. Portugal é parte de África por vocação e por paixão.
A cimeira UE-África que tanto tem agitado os últimos dias da nossa capital é apenas mais uma prova desta paixão, uma carta de amor transviada, um novo pedido de casamento, desta vez envergonhado. Queremos lá saber que Mugabe é isto ou Kadhafi aquilo. Que é isso dos direitos humanos quando a paixão é tão grande que só conseguimos ver aquilo que nem sabemos querer ver?
Esta cimeira é uma coisa bonita de se ver, é quase poesia, é quase só amor... ao que parece amor não correspondido.
3 comentários:
Poesia? amor? e ainda por cima não correspondido... pudera, então o que a União Europeia quer é só que os africanos liberalizem as suas economias.
É fácil de imaginar o que era as empresas africanas numa economia liberalizada, em menos de um ápice ficavam todas nas mãos dos "românticos europeus". Entretanto a agricultura dos apaixonados, continua super-protegida.
Há quem chame a isso neocolonialismo, mas sei lá... se calhar também se pode chamar amor, pelas riquezas africanas.
Eu acho que o neocolonialismo não será possível sem a ajuda dos dirigentes africanos. O que se chama à "cooperação" chinesa em África? Revolução Cultural? Cá para mim os ladrões não se distinguem pela cor da pele.
Em relação à China/África não sei muito sobre a forma como eles intervém em Africa, aquilo que os "inteligentes" dizem nos “meios de desinformação de massa” é que eles são "pragmáticos", ou seja não colocam as restrições que os europeus colocam, nomeadamente com palavras tão bonitas como a "boa governância", seja lá isso o que for para pessoas como Sócrates.
Mas longe de mim estar a comparar a posição da Europa com a da China em relação a África.
Aliás uma coisa que há “muito” nas TVs e Jornais é o esclarecimento dos assunto. Em relação à cimeira, se não fosse o caso do Presidente do Senegal ter dado um murro na mesa e se ter ido embora, aquilo que ficava da cimeira era o Ghadafi a passear-se por Lisboa com aquele seu ar inteligente e o Mughabe que foi eleito por sua majestade TonY Blair como o maior facínora de África.
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