Na Constituição do Estado Novo constava algures que: "Leis especiais regularão o exercício da liberdade de pensamento" - note-se que a ambição do censor vai além da limitação da liberdade de expressão, ele quer entrar na mente de cada um de nós regulando aquilo que somos capazes de pensar.
Não consigo decidir se tal ambição é fruto da maldade se da estupidez mas consigo perceber que é uma ambição impossível de satisfazer. Essa impossibilidade gera no censor a percepção da sua impotência, da sua pequenez perante o intelecto: daí só poderá nascer o instinto violento do animal predatório. Isso potencia o impulso assassino e o censor assume a forma monstruosa do bicho que mata por matar, que pretende apenas extinguir aquilo que lhe parece indesejável.
É isto que sinto no propósito dos extremismos moralistas. A atitude censória só tem para oferecer ao mundo infelicidade, desconforto e, no limite, a morte.
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