Hoje faleceu Milan Kundera.
Impressiona-me a rapidez com que os meios de comunicação fazem o elogio fúnebre dos defuntos célebres. Ainda a alma não disparou em direcção ao céu e já os ecos da morte se misturam nos da vida, foram recolhidos testemunhos dos que privaram com o cadáver quando tinha dentro o sopro da vida, encontraram-se familiares que choram, amigos que suspiram, é espectacular! Tem de haver ali segredo.
Pensando bem, nos tempos que correm, tempos de chatgpt, a coisa fica ainda mais aerodinâmica. Temos a possibilidade de pedir a uma máquina que nos recorde o valor e a grandeza da vida de pessoas especiais. E a máquina não se acanha. No seu estilo limpo (o correspondente escrito a uma voz de atendedor automático) a máquina explica-nos com rigor e transparência o que é ser-se humano e ter valor.
Em tempo record.
2 comentários:
Os meios de comunicação social já têm uma espécie de "rescunho" feito. Acredite se quiser. Depois é fácil: morre alguém, vai-se ao arquivo de imagem buscar esse rascunho e contacta-se alguns amigos sempre ávidos para falar nesse momento de perda, espanto e partida.
Acredito sim senhora. Grato pelo comentário.
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