sábado, dezembro 19, 2009

O alecrim e a manjerona



Os machos portugas, conhecidos pela profundidade obscura das suas cavernas cranianas, têm agora mais um tema para debater entre duas imperiais, além dos jogos de futebol e as gajas boas que passam lá fora, iluminadas por este frio sol de Inverno. Mais, as gajas boas também podem discorrer sobre o tema, ultrapassando a banalidade das observações sobre as roupas de marca ou a musculatura depilada dos machos que estão encostados ao balcão da cervejaria, degustando as suas imperiais apesar da temperatura gélida que apressa o passo a aperta o casaco às curvas do corpinho lindo.

Tudo parece entrar numa nova ordem, mais calma, mais justa e abrangente. Parece? Engano nosso! De um lado e de outro caem bombas sobre os legisladores. Os homossexuais querem mais. Os outros (!?) queriam menos. Uns querem ter direito a adoptar crianças e que o contrato que venham a assinar seja visto como um casamento igual aos outros; do lado de lá recolhem-se assinaturas que levem o país a votar em referendo sobre tão íntimo assunto.

Sinceramente tudo isto me parecem guerras do alecrim e da manjerona, coisas de pessoal narigudo e sem outros afazeres que não sejam o de meter o proeminente apêndice onde não foram chamados. Os homoessexuais, sempre tão orgulhosos de serem gays, querem, afinal, ser iguais aos outros, a despeito da sua suposta diferença. Os outros pretendem manter a homossexualidade nessa redoma dourada em que vem crescendo a cada dia que passa, à vista de toda a gente mas bem fachadinha lá dentro, sem chatear por aí além.

Eu, que não sou casado e vivo com a minha mulher há mais de 20 saborosos anos, olho para esta questão com alguma indiferença. Não compreendo a importância nem a urgência do tema. Se podem assinar os papelitos e trocar alianças, parece-me suficiente para os homossexuais. Por extensão não vejo que problemas podem vir daí para os heterossexuais que, por enquanto, constituem a maioria da população.

Mas lá andam todos engalfinhados e possessos com tão corriqueira questão. Deixem casar quem quiser e continuar descasado que por isso optar. É assim tao difícil admitir a liberdade dos outros?

5 comentários:

Anónimo disse...

Penso como você! Pura falta de assunto mais importante, essa discussão!

Lina Faria disse...

Pois é. Acho ótimo porque eles estão cada vez mais afim de ter filhos, cuidar da formação de seres humanos, quando muitas das mulheres não têm como evitá-los - sim, ainda há muita desinformação- tampouco criá-los.
Fora o quesito "doação de filho", acho o casamento deles defesa de patrimônio. Coisa prática mas de direito de quem o quer.

the dear Zé disse...

homoessexuais, e estes, é o quê?

A questão é, mas para que diabo alguém quer casar seja lá com quem for?... mas pronto...

Rosemildo Sales Furtado disse...

Se existe democracia, os direitos são iguais e gosto não se discute. É como a nossa amiga do andar superior falou. É pura defesa do patrimônio. Se tiver de dar certo dará. Eu, particularmente, casei, vivi com a primeira mulher durante nove anos. Isso, depois de três anos entre namoro e noivado. Logo depois do desquite juntei os mijados com uma nova mulher, e já dura trinta e três anos.

Perdoe-me pelas baboseiras. É que estive passando, avistei teu espaço, invadi e não resisti.

Abraços, Feliz Natal e próspero Ano Novo repleto de realizações.

Furtado.

Silvares disse...

Eduardo, Lina, Caçador, a Liberdade individual não carece de papel assinado.

Furtado, esteja à vontade para invadir este espaço sempre que achar oportuno. Bom ano para si também.