Fui assistir a Avatar, o novo filme de James Cameron. Como sempre evitei ler as críticas e passei ao lado dos making of, tentando entrar na sala em condições de desfrutar ao máximo aquilo que o realizador tinha para me oferecer.
Apesar de tudo levava na cabeça algumas ideias feitas (não é possível evitar totalmente o bombardeamento de informação mediática à volta de uma das produções mais aguardadas de sempre que traz o título de "filme mais caro da história do cinema"); esperava uma experiência visual fora do comum (com óculos especiais para imagem 3D) e não tinha grandes expectativas em relação ao argumento. O que não esperava era um mergulho tão profundo na ilusão do planeta Pandora. Ao longo das mais de duas horas do filme, a sala esteve submersa no mais completo silêncio, como se o avatar nos transportasse a todos na superfície estonteante daquele planeta de sonho. O espectador participa da experiência visual como se a coisa funcionasse de facto.
Quanto ao argumento nada de mais (nem de menos). Uma história clássica embrulhada numa roupagem nova. Mas de tal modo nova que tudo ganha uma dimensão épica arrebatadora.
Caro leitor, se por acaso tens o espírito suficientemente limpo para acreditares num mundo surreal, não percas este filme. Se, pelo contrário, és céptico e pretendes algo mais que seres levado pela mão num passeio fantástico, deixa-te ficar em casa ou vai à sala do lado. Não entres em Pandora, a Terra é o teu lugar.
8 comentários:
Olá Silvares,
Parabéns escreveu um texto brilhante...Quando escolho um filme para assistir faço exatamente como você. E sobre esse a única referência que tinha era uma vaga lembrança de um outro filme que vi há muitos anos..."História sem fim" , não sei se assistiu...mas via uma certa semelhança nas personagens.
Após ver o filme confirmo cada palavra que aqui você escreveu.
Sim, conheço esse filme de que fala. Entre "História Sem Fim" e "Avatar" parece existir uma eternidade em termos tecnológicos. É interessante verificar como mudando tanto os utensílios de criação de imagens as formas narrativas não se alteram grandemente.
As inovações tecnológicas superam-se quase que instataneamente, não tenho duvidas dessa eternidade e distância nesses termos. Infelizmente a maior preocupação certamente continua sendo essa,enquanto o argumento, narrativa e roteiro vão sendo esquecidos e deixam de ser importantes para a grandes produções.
Filmes com orçamentos astronômicos são lançados tendo como maioria roteiros sem conteúdos que beiram a estupidez na maioria dos casos. Bons argumentos existem sabemos disso, mas no momento de escrever o script o desenvolvimento e cuidado se perdem no meio do caminho...frustram quase sempre.
Vim de lá agora.
Fábula new age com uma banda sonora-de-fugir-tipo-Enya mas, um surpreendente libelo contra o colonialismo. E por essa não estava eu à espera.
Visualmente assombroso e isso já esperava (se bem que essa coisa dos óculos 3d, enfim...)
Ciao
Vocências vão-me levar a ver esse filme. Mas se for tanga, ficam-me a dever o preço do bilhete. Os óculos posso-vos oferecer, no caso de indemnização.
Não me documentei nadinha sobre o filme em causa, referências importantes quero dizer. Mas o dito cujo apareceu com as bombásticas parangonas de filme mais caro de sempre, quinze anos a ser feito e tal e tal, as quais, não querendo dizer nada, podem ser um indicador dum objecto desmesurado que a equipa não controlou e deixou cair na pastelice.
Mas se vocências dizem que vale a pena, eu, humildemente, vou experimentar...
Rui, já viste a responsabilidade?
Fogo!
Fomos em família, filha, genro marido...não sabíamos bem o que encontraríamos mas sem dúvida não tínhamos idéia que fosse o que encontramos...dificil descrever a emoção que tomou conta de todos...efeitos e colorido extraordinários sem dúvida,mas o que calou foi uma sensação indelevel de algo perdido que assim colocado nos fez a todos desejar Pandora ser real...lindo de arrepiar!
Rui,desejo a vc e todos os teus um Natal de muita alegria ... que vc continue a nos encantar com seu genio!!
Selena, é isso mesmo. Normalmente os filmes com melhores argumentos não precisam de orçamentos astronómicos.
Caçador, tamos fritos. O Luís só gosta daqueles filmes em que um tipo fica a olhar para o écrã sem perceber muito bem se há-de ir a um certo sítio se há-de dar corda ao relógio! Ainda para mais os relógios de corda estão mais do que acabados... mas ele vai gostar de ver porque já sabe que o filme é um pouco pastelão mas compensa com fogo-de-vista.
Ví, Pandora é demasiado selvagem (ou seremos nós?). Grato pela visita e que o Natal tenha sido tão bom como você merece.
Bom ano.
Enviar um comentário