Caramba, nem sei o que pensar! Uma caixinha parecida com um livro que não é um livro mas sim uma biblioteca em potência com 1500 livros lá dentro? Chama-se Kindle e vai estar à venda em Portugal com livros disponíveis para descarga em... língua inglesa. Um luxo que, num futuro que se adivinha próximo, irá desocupar estantes um pouco por todo o mundo. Quando a livralhada virtual estiver disponível em Português talvez pense no assunto. Para já, confesso, a coisa mete-me um certo medo. Não sou capaz de imaginar um livro que não seja em papel impresso. Nem neste écrã sou capaz de ler um livro, como será com um écrãzinho pequenino? Não estou a imaginar.
Nestas ocasiões penso que sou um bocado retrógrado, que não me entusiasmo com as coisas novas que o comércio futurista me põe à disposição no mercado. Adoro as minhas prateleiras carregadas de livros. Os livros com imagens são os meus preferidos. Amo os de Banda Desenhada que colecciono com afinco. Não estou a ver como poderão funcionar os livros com imagens de arte nesse tal Kindle.
E o que farão aqueles gajos importantes que gostam de dar entrevistas na TV com uma prateleira repleta de livros por trás? Um cenário carregado de livros dá um certo ar intelectual à personagem... um Kindlezinho lá atrás não vai impressionar ninguém!
Enfim, o mundo pula e avança mas há pulos e avanços que dificilmente entusiasmam toda a gente. Digo eu.
8 comentários:
Concordo contigo.
Livro tem que ter cheiro, de papel, tinta, mofo, seja lá o que for...
Me alinho ao Beto e a você. Como disse o Beto, "livro tem que ter cheiro" "E de tinta e papel"! Porque eles são capazes de colocar odores nessas máquinas...srsrs
Parece que estamos todos a envelhecer mais depressa do que gostariamos. Antigamente entre o nascimento e a morte não acontecia nada de grande relevo no mundo, quanto muito acontecia lá longe, agora no espaço de uma geração ( logo tinha de ser a nossa )vamos da televisão a preto e branco até ao ........ kindle, e ainda estamos todos na pré-história de tudo isto. O livro deve ser dos objectos mais conservadores que eu conheço, ao longo da história só deve ter mudado quanto muito 4 vezes ( das tábuas de barro, rolo de papel, códice e finalmente o formato actual )mas receio bem que desta vez a mudança será radical. Eu acho que é só uma questão de tempo, infelizmente. Quando acabar a geração do papel ( a nossa )o salto vai ser mais rápido do que se julga. Para quem nascer a ler num ecran vai achar o papel uma coisa surrealista e careta. Creio bem que brevemente andaremos todos na rua, nos transportes a olhar para um ecran portátil ( se é que já não andamos ), seja para telefonar, ver televisão, internet, ler, ouvir,ou mesmo a fazer tudo ao mesmo tempo....esquizofrenia total. Mas não é só com o livro. E o desenho e a pintura? Com estes ipod's modernos vão mesmo desaparecer o papel, as telas e todos os materiais tradicinais de pintura???? É tramado.....vou voltar para o meu livrinho de papel ( uma biografia do Cícero, já agora )e refastelar-me no sofá, enquanto espero que o tempo não seja como o cowboy, que atira mais rápido que a própria sombra.
É claro que eu queria dizer iphone e não ipod.....enfim é tudo a mesma coisa....modernices
Ámen sr. Silvares, ámen.
Beto, vamos curtindo os livros enquanto os há... neste formato.
Eduardo, a ideia de colocar um odorzinho a papel envelhecido nos Kindle é capaz de não ser mal vista. pelo menos numa fase de transição para os mais habituados a lidar com os "velhos" livros.
Rui, o teu comentário é bem oportuno. A Revolução Industrial parecia uma coisa de outro mundo ocorreu e... olha bem para nós. O livro tinha de conhecer uma revolução qualquer nesta era tecnológica. Eu (nós) é que nem me lembrava disso! Só por causa das tosses, inspirado pela tua leitura, fui buscar uma edição do D. Quixote com ilustrações do Gustavo Doré. Mesmo assim as ilustrações estão muito pequeninas!
Caçador, o futuro está sempre a surpreender-nos. Principalmente quando se transforma em passado.
Céus! E o que serão das traças(interrogação)
Eu, que adoro livro de sebo, usado, manuseado e de preferência com anotações em lápis, estou órfão.
O apocaliptico filosofo Paul Virille tinha razão: logo, logo, ter um enderêço residencial será um luxo!
Olá Silvares, se não formos dejectados daqui pá fora, talvez se equilibrem os diversos suportes de leitura, sem esquecer do cego e do diabo. Vou ler mais umas posta, beijinhos.
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