Será mais um sinal da crise mundial? Ao que tudo indica, os paradigmas do combate ao consumo de droga estão prestes a ser virados de pantanas. Após anos e anos de luta armada contra o consumo de determinadas drogas, chamadas "leves" em que o resultado mais visível foi o aumento continuado do consumo, as cabeças pensantes da nossa sociedade global começam a imaginar outros meios de encarar a questão. Fala-se agora abertamente da possibilidade de despenalizar o consumo ou regular o tráfico de canabis. Estas medidas, já adoptadas em alguns países mais avisados, estão a ganhar terreno ao combate cego que tem sido norma na maioria dos países ocidentais.
Os argumentos contra e a favor são os mais variados. No ponto em que nos encontramos, com as economias em marcha atrás, surgem as contas feitas pelos economistas de serviço que prevêm a possibilidade de ganhos substanciais para os cofres dos estados, caso venha a legalizar-se o comércio de canabis. Contas feitas prevêm-se milhões de lucros mágicos que poderão ser melhor aplicados em benefício da sociedade. Lucrar-se-à com os impostos a aplicar, lucrar-se-à com poupanças em termos de investimento no combate à droga.
Assim como assim, num mundo com milhões de alcoólicos que podem consumir o seu úisque sem problemas de maior, bem como outros milhões de viciados em barbitúricos e outras drogas que se transaccionam nas farmácias, não parece má ideia trazer a doçura da canabis para o universo da legalidade. Basta alargar o conceito de droga.
Será a televisão uma droga? E o açúcar? Talvez o chocolate e a fast-food pudessem entrar no pacote das "substâncias" proibidas. Já estou a imaginar milhões de viciados em MacDonald's a devorarem hamburgueres escondidos atrás de caixotes de lixo, disputando a cães e a gatos uma batatinha frita com ketchup.
Não há nada como acenar com uns maços de notas à frente dos governantes deste mundo, para os fazer mudar de ideias. Em tempo de crise legalize-se a canabis, pois então. Não virá daí grande mal a este mundo. Hoje a canabis, amanhã... quem sabe?
13 comentários:
Que charutaço !
Vide no blog " Quase pouco de quase tudo" ( link lá no Armazém ) do Neil Son, que esteve em Buenos Aires semana passada, post sobre uma revista argentina exclusivamente dedicada à liberação da maconha. A capa é imperdível.
Dentro do raciocínio da arrecadação de impostos, nossos mágicos e " criativos" financistas governamentais esqueceram de um detalhe : a livre-iniciativa. Para que comprar se você poderá ter sua plantaçãozinha caseira ?
Será um belo incentivo à tão debatida ( aqui no Brasil ) agricultura familiar.
Jah lives!
Peri, Portugal tem um climazinho agradável até para as plantinhas mágicas! Quem sabe está aí mais uma oportunidade para troca de informação e experiência entre agricultores dos dois lados do Atlântico?
:-)
Guga, and he's kicking!!!
:-D
(nem de propósito, a verificação de palavras para este comentário deu "spooki", ahahahahah, Jah está mais vivo do que eu pensava!)
É tão engraçado ver como a argumentação consegue variar tão facilmente consoante é conveniente ao chamado Sistema.
Ela existe e anda por aí, como diz o "Grabiel, O Pensador": 'se você quiser comprar é mais fácil que pão'. O que se tem feito até agora são tentativas inúteis, que são mais fogo de vista do que outra coisa, no combate à "droga". Muitas apreensões de haxixe faz a PJ. O que é certo é que o consumo não baixa, pelos visto até aumenta. Não parece ser um esforço inglório ?
Toda a gente tem liberdade e uma enorme facilidade para querer ou não querer consumir / comprar o que quer que seja, independente da sua legalidade. De facto, a única coisa que poderá mudar caso se legalize, a meu ver, são as receitas para os cofres do Estado, de resto acho que não vai ter nem mais nem menos venda. Isto porque, é fácil arranjar ! Há sempre alguém que conhece alguém que conhece quem arranja o que quer que seja.
É claro que no panorama económico mundial a legalização interessa a muitos, tantos aos que normalmente compram e se sentem ilegais ao consumir e a comprar, como aqueles que podem vir a ter lucro com a compra / venda das chamadas "drogas leves".
Sempre achei que o consumo do álcool ser aceite socialmente, e o das drogas leves não o ser, uma enorme hipocrisia. É impor limites que acabam por não o ser, pois tanto uma como outra substancia alteram comportamentos e atitudes que, por experiência própria (sem medo ou vergonha de o dizer), acabam por, em última análise, não ser tão diferentes assim. Assim sendo, porque raio é que o consumo do álcool é aceite e o de Canabis ( e todos os derivados dos THC ) não o é ?
Imposição meramente politica ?
Resultado de uma sociedade com mentalidade fechada ?
Não, acho que não. Aliás, vou até mais longe, ao ponto de achar que estou a pisar a linha da loucura, e digo qual é, a meu ver, a razão principal para essa aceitação.
Como sabemos, muitos dos costumes e hábitos que temos na sociedade contemporânea ocidental estão intimamente ligados ao Cristianismo, mesmo que por vezes não nos apercebamos.
O consumo do alcool não foge à regra. Jesus de Nazaré disse, pegando num cálice de vinho: 'Tomai todos e bebei, este é o sangue do meu corpo que será derramado por vós'. Isto é o filho de deus a legitimar o consumo de álcool !
Já diria a fadista: "Numa casa Portuguesa fica bem Pão e Vinho sobre a mesa", porque será ?
Não tenho grandes dúvidas de que, se JC tivesse pegado numa boa erva, enrolado "Uma" e dito ao seus doze companheiros: 'Tomei todos e fumei, este é o fumo do meu espírito que será "girado" por vós' o consumo de drogas leves era muito mais facilmente aceite.
Um dos grande problemas para uma legalização neste momento é que, aos olhos da maioria da sociedade, não existe grande diferença entre drogas leves e pesadas. Drogas são sinónimo de criminalidade, assaltos, violência, etc., e é precisa uma certa coragem e personalidade politica e cívica para conseguir mudar isso.
Não acho que a legalização de canabis traga problemas maiores que o consumo de outras substancias legais, então, porque não ? Parece-me é que finalmente lá se conseguiu arranjar um argumento que deixa os homens do fato e gravata contentes.
Venha de lá a legalização, quem já consome fica feliz, quem não consome de certeza que não vai ver isso como um incentivo.
Ninguém deixa de consumir só porque é ilegal, digo eu.
(Peço desculpa pela extenção do comentário, mas é um assunto que me puxa e ainda ficou bastante coisa por dizer)
Abraço,
Tiago
Até que enfim. Vamos acabar com a crise. IVA sobre o charro e IRC sobre o traficante. Tudo boas ideias. Parto do princípio que o Primeiro Ministro é um Xamã!
E vamos ter a Playboy portuguesa, vai ser um futuro radioso.
quem sabe... era agradável poder comprar erva de agricultura biológica com selo de qualidade.
Na Suécia adoptaram outra solução: são muito liberais mas fazem caça à multa da posse de pequenas doses.
rapaz...
Aí também passa o seriado 'Weeds'...imperdível!
Bela foto e ótimo texto!
oi,
Vim parar aqui, através do blog do Eduardo, de vc comentando do filme O Visitante, fiquei curiosa, e vou procurar ver também. Toda vez que ia no coments lá do Eduardo, te conhecia de foto, então, já te conheço de ´vista´hehehehe. Voltarei para visitá-lo mais vezes.
Sayonara
madoka
Tiago, não tens que te desculpar pela extensão do teu comentário. É uma reflexão interessante e que acrescenta um ponto de vista válido ao post.
Obrigado.
Jorge, o 1º ministro de Xamã tem pouco.
:-)
Ogre, como diz o CybeRider no comentário que deixou no teu Blogue, não devia ser a Playboy mas sim a BrincaRapaz.
:-)
Rui, e deixam passar em claro as grandes doses?
:-D
Beto, eu... mmmh...
Ví, em Portugal a série chama-se Erva, assisti a alguns episódios. Pareceu-me interessante mas não fui capaz de acompanhar.
Pqueirozribeiro, obrigado pelo comentário.
Madoka, o Varal é um local de muitos encontros.
:-)
Aparece sempre.
Queria só deixar aqui o link para um vídeo, sobre o tema em questão, que encontrei no youtube (essa grande fonte de informação):
http://www.youtube.com/watch?v=-GXQ4xSgIuY
Gostei principalmente da última parte, em que o Senador Ron Paul fala precisamente sobre aquilo que eu referi, a hipocrisia que existe na legalização do álcool e a ilegalidade da Marijuana.
Nunca pensei ver um Republicano a dizer "Legalize" ! :D
Um Abraço,
Tiago
Enviar um comentário