Do Público on line:
Também hoje, no Iraque, um grupo de homens armados distribuídos por duas viaturas disparou contra uma barbearia de Bagdad, matando cinco pessoas, enquanto dois polícias morreram num ataque semelhante em Mossul, no norte do país. Em Bagdad as autoridades encontraram ainda dois corpos algemados e baleados na cabeça.
Duas viaturas armadilhadas explodiram com um intervalo de um minuto numa das principais áreas comerciais de Bagdad, na rua Palestina, provocando oito feridos entre civis e dois entre as forças policiais, segundo avançou o tenente da polícia Ahmed Mohammed Ali. O responsável indicou que o alvo deste atentado seria uma patrulha da polícia.
Três soldados norte-americanos morreram ontem na explosão de uma bomba na região de Bagdad, anunciou hoje o Exército dos EUA. Num outro ataque, ontem à noite, em Baaquba, morreram seis soldados iraquianos e um dos atacantes.
A notícia da morte dos três militares norte-americanos surge um dia depois da chegada ao Iraque de um reforço de 3700 soldados com a missão declarada de restabelecer a segurança em Bagdad. Desde a invasão norte-americana do Iraque, em Março de 2003, já morreram 2590 soldados dos EUA, segundo um balanço do Pentágono.
A coisa não abranda, antes acelera em descontrolo absoluto levando tudo na frente. Um desastre completo. Fala-se em guerra civil mas aquilo parece outra coisa só que como não se percebe o que é chama-se-lhe "guerra civil".
Não tenho qualquer prazer especial em confirmar o delírio neoconservador que sonhou com um anedótico "efeito de dominó", que o enxerto de uma democracia de tipo ocidental iria provocar em toda a zona, a partir do Iraque. Não me lembro de um erro de cálculo tão grosseiro e, ao mesmo tempo, tão previsível. Só mesmo saído da cabeça de algum vaqueiro transformado em chefe de estado!
Como seria possível que um povo com um legado como o do passado histórico da Mesopotâmia fosse abrir os braços em gesto de boas vindas a uns estranhos estrangeiros, ainda por cima aparentados com os franj das cruzadas?
Não sei se me impressiona mais a imbecilidade da ideia se a incapacidade de grande parte dos que a defenderam em reconhecerem a dimensão das suas orelhas de burro. O Iraque estará melhor agora do que sob o jugo de Saddam? O que poderá nascer das cinzas desta espécie de guerra civil a que assistimos? Um super-Saddam ou outra monstruosidade do género?
Não sei não. O que sei é que, onde metemos o nariz sem sermos chamados, acabamos por fazer merda da grossa mesmo que tenhamos a melhor das intenções. É que, quando as coisas começam a descambar e a correrem mesmo mal, nem os nossos amigos têm sempre a capacidade para nos perdoar a merda que fizermos. Nem mesmo os nossos amigos...
Também hoje, no Iraque, um grupo de homens armados distribuídos por duas viaturas disparou contra uma barbearia de Bagdad, matando cinco pessoas, enquanto dois polícias morreram num ataque semelhante em Mossul, no norte do país. Em Bagdad as autoridades encontraram ainda dois corpos algemados e baleados na cabeça.
Duas viaturas armadilhadas explodiram com um intervalo de um minuto numa das principais áreas comerciais de Bagdad, na rua Palestina, provocando oito feridos entre civis e dois entre as forças policiais, segundo avançou o tenente da polícia Ahmed Mohammed Ali. O responsável indicou que o alvo deste atentado seria uma patrulha da polícia.
Três soldados norte-americanos morreram ontem na explosão de uma bomba na região de Bagdad, anunciou hoje o Exército dos EUA. Num outro ataque, ontem à noite, em Baaquba, morreram seis soldados iraquianos e um dos atacantes.
A notícia da morte dos três militares norte-americanos surge um dia depois da chegada ao Iraque de um reforço de 3700 soldados com a missão declarada de restabelecer a segurança em Bagdad. Desde a invasão norte-americana do Iraque, em Março de 2003, já morreram 2590 soldados dos EUA, segundo um balanço do Pentágono.
A coisa não abranda, antes acelera em descontrolo absoluto levando tudo na frente. Um desastre completo. Fala-se em guerra civil mas aquilo parece outra coisa só que como não se percebe o que é chama-se-lhe "guerra civil".
Não tenho qualquer prazer especial em confirmar o delírio neoconservador que sonhou com um anedótico "efeito de dominó", que o enxerto de uma democracia de tipo ocidental iria provocar em toda a zona, a partir do Iraque. Não me lembro de um erro de cálculo tão grosseiro e, ao mesmo tempo, tão previsível. Só mesmo saído da cabeça de algum vaqueiro transformado em chefe de estado!
Como seria possível que um povo com um legado como o do passado histórico da Mesopotâmia fosse abrir os braços em gesto de boas vindas a uns estranhos estrangeiros, ainda por cima aparentados com os franj das cruzadas?
Não sei se me impressiona mais a imbecilidade da ideia se a incapacidade de grande parte dos que a defenderam em reconhecerem a dimensão das suas orelhas de burro. O Iraque estará melhor agora do que sob o jugo de Saddam? O que poderá nascer das cinzas desta espécie de guerra civil a que assistimos? Um super-Saddam ou outra monstruosidade do género?
Não sei não. O que sei é que, onde metemos o nariz sem sermos chamados, acabamos por fazer merda da grossa mesmo que tenhamos a melhor das intenções. É que, quando as coisas começam a descambar e a correrem mesmo mal, nem os nossos amigos têm sempre a capacidade para nos perdoar a merda que fizermos. Nem mesmo os nossos amigos...
1 comentário:
Não me digas que foste agora para as tuas férias em Londres.
Se sim, no regresso vais ter muito para nos contar... %-\
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