"Muito riso, pouco siso", pois sim, já me tinhas dito. Rir é das coisas mais fixes que me lembro de ter feito em toda a minha vida. Quando o riso é sincero e me abana as fundações do esqueleto é como se a Felicidade ganhasse forma e consistência: a consistência de uma gargalhada incontrolável. É tão bom!
Depois temos a versão "gargalhada forçada".
A gargalhada forçada não tem nada a ver com aquela outra, que referi logo a abrir ou, pelo menos, tem muito pouco a ver; é familiar afastada, é o que é! Uma prima em 3º grau a dar-se ares de putéfia mas que, na verdade, é apenas uma prima incompreendida por emitir sinais dúbios, sinais confusos, enfim, todos corremos o risco de sermos mal interpretados. A gargalhada forçada corre muitos riscos de interpretação.
Se pensarmos um pouco compreendemos que a gargalhada forçada pode ter diferentes origens e outros tantos destinos. Pode vir da necessidade de mostrarmos cumplicidade com o outro e dirigir-se ao ego alheio; pode ser uma demonstração de compreensão de algo que não compreendemos lá muito bem e ir direitinha para o canal que sintoniza o desprezo no nosso interlocutor; pode ser muito simplesmente uma proverbial expressão de boçalidade... a gargalhada forçada pode ser tantas coisas que nem ela sabe o que na realidade significa (até porque, sendo forçada, não pode reclamar grande coisa em termos de "realidade"... ou pode?)
Termino aqui esta breve reflexão pois que me está a deixar um pouco macambúzio, um nada meditabundo, pensar tanto em gargalhadas não está a ser nada divertido.
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