Não há como fugir ao tema do momento: a iminente guerra na Ucrânia. Os meios de comunicação social já vão deixando em plano secundário questões como a pandemia, o racismo latente ou a ausência de Governo que se veja. Importa a guerra, a guerra, a guerra!
Até aqui temos assistido à guerra da informação (mais propriamente, da desinformação). O cidadão encontra-se num fogo cruzado de notícias, opiniões, factos e factóides, reportagens em directo do local onde a coisa aquece; todos o ângulos são analisados, todos os sinais são interpretados, nada parece escapar ao olhar clínico de tanta gente entendida. A metralha assobia à volta das nossas cabeças.
Assisto a tomadas de posição cada vez mais acaloradas. Amizades são postas em risco porque Putin é um autocrata ou a NATO uma organização ao serviço do imperialismo americano, como se uma coisa ou outra fossem justificação para uma guerra. Lá, na Ucrânia, vai haver mortes violentas, sofrimento atroz, a civilização degradar-se-à um pouco mais, os nossos sentimentos mais básicos e primários, os nossos reflexos reptilianos, terão expressão palpável.
Toda esta discussão me enfastia e desinteressa. Por cá as pessoas continuam comodamente sentadas discutindo através dos computadores (já nem se encontram na tasca para beber um copo e pôr a conversa em dia), todas pretendem ter razão, fazer valer o seu ponto de vista, acreditar piamente na verdade que construiram. Por lá decerto não é bem assim.
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