terça-feira, janeiro 02, 2018

Uma dúvida existencial



Estive a rever os meus desenhos de 2017. Foi um ano de grande produção, desenhei como raras vezes me lembro de o ter feito. Provavelmente foi o ano da minha vida de maior produção artística,criei dezenas de peças, ultrapassei, seguramente, a centena. Porquê?

Sim, por que razão se passou isto em 2017? Não é um número redondo, fiz 54 anos, não tive nenhuma exposição especial... o que me levou a desenhar tanto e de forma tão continuada?

De há uns anos para cá que, quando penso no tempo que já vivi, constato uma coisa óbvia: já lá vai muito mais de metade do tempo que tenho guardado na caixinha do meu destino. Já lá vão dois terços ou mais, como saber o tempo que me resta?

É essa dúvida que começa a mexer com os motores da minha existência quotidiana e me torna um pouco ansioso, quase muito, no que diz respeito à produção artística que imaginei ser capaz de conceber e transformar em objectos palpáveis? Será por isso que 2017 foi um ano tão produtivo?

Mal posso esperar por 2018.

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