quinta-feira, dezembro 30, 2010

Ler


Acabei de ler o romance "Estrela Distante" de Roberto Bolaño. Se "2666" me tinha impressionado favoravelmente, com este 2º livro do autor chileno decidi ler tudo o que encontrar assinado por ele. O gajo escrevia de uma forma assombrosa. Quando leio Bolaño é como se estivesse a ler as coisas que gostaria de ter sido eu  a escrever, forma e conteúdo, e é perante a grandeza da sua escrita que compreendo como me falta arte e, sobretudo, como me falta vida. Resumindo, percebo como me falta tudo!

Diz o ditado que "não há bela sem senão"; e o senão nesta história de contornos felizardos é a edição que me foi oferecida no dia de Natal. A coisa saiu com a chancela da Teorema e além de uma capa assim a dar para o muito ranhoso tem um conjunto de gralhas e descuidos vários, capazes de irritar o mais santo dos leitores, pormenores que sugerem que a edição foi feita à pressa ou então com falta de tempo.

Nada que impeça a leitura deslumbrante de mais esta história negra como a noite escura, contada com um brilho capaz de ofuscar a luz do sol. Decerto exagero nos elogios, mas não faz mal, Bolaño merece o exagero.

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo com TUDO inclusive com os exageros! Me sinto como você, quando leio Bolaño. E quanto mais leio, mais percebo que devo escrever menos e ler mais Bolaño.

Silvares disse...

Eduardo, este Bolaño é altamente viciante (estarei a exagerar?:-)